Ana Paula Garcia
Eu não tinha conhecimento,
eu não sabia o que era.
Pude compreender aos poucos
a sensibilidade, de entender
o que era então...Esse ser, esse querer,
essa estrondosa e emocionante sensação, de liberdade.
Fui alimentando, na dimensão exagerada,
foi crescendo, parecia desconhecido
mas foi se tornando familiar,
era tremulo, era torcido, era realmente estranho,
Fez parte de mim.
Talvez já estivesse a muito tempo ali
mas não o reconheci
foi criando forma, foi aparecendo asas, reacendeu...
Esta ali, estava todo tempo ali
eu nunca o vi, mas estava tão perto de mim, tão dentro de mim.
Por vezes me enganava,
mudava, em agitação constante que revelava ser,
o que não parecia existir,
poucas vezes saiu. Acanhado, tímido, covarde; querendo ser valente,
foi algo diferente que resolveu me enfrentar,
mas continuava ainda estranho, errante...
Eu não conseguia entender o que queria dizer,
por diversas vezes eu ignorei, relutei
fiz confusão; criei situação pra sair da confusão,
dessa bola de neve tão leve, tão doce...
Era o céu... Era estranho, mas eu não me entregava a esse devaneio,
não ousava sonhar, acreditar.
Dificilmente dávamos certo,
sua loucura por papel, uma escrita infiel,
sua dor constante, minha vida num desgaste constante,
foi entorpecendo minhas entranhas
com a loucura insuportável da dor,
dilatava minha alma, corria meu ser,
vibrava no timbre mas agudo a estranha e frenética sensação...
Era estranho,
aos poucos foi fazendo parte do que eu não conseguia entender,
gritava miseravelmente, pela morte que lhe consumia,
que achava ser sua sorte
era incompreensível, doía muito, machucava, inflamava,
mas aos poucos queria viver
Entendia depois de uma mente ofuscada,
que o melhor seria viver,
seu choro ainda era suportado,
no silencio que lhe carcomia, no horizonte da aflição;
fazia renascer a tal da esperança,
como uma voz uníssona brotava a fé...
Não importava mais as barreiras,
a intransponível conformidade foi sumindo,
no além da dor que sentia,
foi mais e mais reacendendo a labareda,
daquele toque mutilado, agora renovado,
disposto a impor sobre o medo da rejeição.
A luz aproximou, ]
onde outrora era escuro, fez nascer ali, a emoção, a canção,
reconheceu um coração apaixonado.
A ciência que evolui e que destrói,
a certeza do amanhã, de um menininho
que sonha em ser herói,
reconheceu a importância de seu papel peculiar,
de fazer do lápis, sua admiradora,
de tratar com ternura a borracha que a fere,
para um refazer melhor, uma publicação mas justa.
uma digitação organizada, uma publicação mas clara.
Eu era assim,
perdida dentro de mim.
Estranhamente perdida,
mexia com meu interior,
era meu desabafo, escondido, minha alegria sem fim,
Eu era ela assim
tremula, esquisita, apaixonada, descontraída...
Era, e sou,
e sempre será a minha iludida escrita,
Poesia metida,
minha cínica critica percorrida num papel,
meu sorrir e meu chorar, que dentro de mim vai estar,
e ela, só ela, pode me dar essa momentânea sensação de voar.
A escrita, o escrever...
Ela só existe, para me fazer viver,
Me fazer sofrer,
Ela faz parte de mim, e de você.
Ana Paula Garcia é dona de casa, mora em Goiânia, e é poetisa nas horas vagas
Um comentário:
Muito legal tio amei rsrsrsr nem acredito que fiz isso, seu toque de cheff ficou gráfino rsrsrsr. To sem as aspas aqui!!!
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