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sábado, 12 de novembro de 2011

A FÓRMULA DA JUVENTUDE

Samuel de Oliveira Alves

“A fonte da juventude é uma fonte que, segundo a lenda, possui águas capazes de rejuvenescer a pessoa que bebê-las. A história ainda conta que a fonte foi descoberta pelos árabes há muito tempo. Porém ela foi roubada pelos bárbaros, que, por sua vez, foram amaldiçoados pelo líder da aldeia e o barco onde eles partiram afundou, levando a fonte da juventude junto com eles. Desde então algumas pessoas acreditam que a fonte, por não ser natural e conter águas muito puras, não foi atingida pelo mar e flutua pelo oceano até que um dia vai bater em alguma margem (se ainda não bateu). No entanto, alguns historiadores acreditam e ostentam testemunhos de que a fonte se encontra no Ártico, onde a água da fonte concedeu seus poderes às águas do oceano Ártico. Agora, supõem eles, a pessoa que se banhar nua em noites de Lua cheia nas águas mornas da parte do Ártico mais próxima do Polo Norte será abençoada com a imortalidade. Outros dizem que a fonte da juventude está em pleno Oceano, em uma ilha ainda não classificada e que se alguém chegue a bebe-la será tele portado para o passado. ”
Por mais que as pessoas, de modo geral, não percam seu tempo procurando a fonte da juventude, buscam de alguma forma retardar o inevitável, a saber, a morte. Câmaras criogênicas têm preservado corpos humanos na esperança de que em algum dia se encontre a solução para a morte e aqueles corpos congelados voltem à vida.
Os Adventistas do sétimo dia têm encontrado uma alternativa diferente. Além de confiarem na promessa que Deus fez de ressuscitar os mortos em Cristo, procuram viver pautando suas vidas nos princípios, orientações e conselhos da chamada “reforma de saúde”.
Muitas palestras, seminários e livros foram feitos com a intenção de orientar uma igreja que se preocupa com a saúde. Infelizmente, muitos se perdem quanto ao que fazer, como fazer e por que fazer para iniciarem em suas vidas a reforma de saúde. Alguns se perdem ao dar ênfase em apenas no que fazer, criando uma série de regras alimentares que parecem oprimir o indivíduo que as pratica. Outros adventistas, cansados de ouvir tantas regras que nunca conseguirão obedecer plenamente, abandonam o tema da reforma de saúde.
No livro “A Mensageira do Senhor”, Herbert E. Douglas apresenta cinco capítulos sobre o tema de saúde nos escritos de Ellen White. O presente trabalho resume o cap. 27, Princípios e Práticas. O objetivo deste trabalho é apresentar os 10 princípios da reforma de saúde nos escritos de Ellen White e um pouco de sua jornada ao viver os próprios princípios que pregava. Para os que procuram um ponto de equilíbrio entre o extremo de regrar a vida com leis de saúde opressoras e o descaso ao cuidado da saúde, tais princípios serão úteis.

Princípios e Práticas

O capítulo começa com a seguinte citação de Ellen White: “Tenha-se em mente sempre que o grande objetivo da reforma de saúde é garantir o desenvolvimento mais elevado possível da mente, da alma e do corpo. Todas as leis da natureza – que são leis de Deus – foram destinadas para o nosso bem. A obediência a elas promoverá nossa felicidade nesta vida, e nos ajudará a preparar-nos para a vida futura.”
Esta citação define bem o objetivo da reforma de saúde: Garantir o desenvolvimento mais elevado possível da mente, da alma e do corpo. E seu resultado é: Felicidade nesta vida e ajuda no preparo para a vida futura.
H. Douglas apresenta então de forma pontual, com poucos comentários, dez princípios de reforma de saúde nos escritos de E. White como se segue:
1. O Primeiro princípio, aplicável a todas as áreas de responsabilidades cristãs, é que todos sabem por si mesmos qual o “dever conhecido”.
2. O segundo princípio é que devemos fazer o melhor que pudermos em todas as circunstâncias.
3. O terceiro princípio é evitar “todas as coisas nocivas”.
4. O quarto princípio é “usar criteriosamente aquilo que é saudável”.
5. O quinto princípio refere-se ao domínio próprio.
6. O sexto princípio é que não devemos estabelecer “regra alguma para ser seguida no regime alimentar”.
7. O sétimo princípio revela cuidado e compaixão: não se deve insistir num regime sem carne enquanto os substitutos proteicos apropriados não estejam disponíveis e as razões para a substituição não tenham sido compreendidas.
8. O oitavo princípio ressalta a motivação por detrás da reforma de saúde: a reforma de saúde não é um conjunto de deveres pelos quais impressionaremos a Deus e obteremos Seu amor (legalismo). Ao contrário, é mais a revelação de um Deus amorável no que se refere à melhor maneira de evitar situações infelizes resultantes de más decisões.
9. O nono princípio é mais bem expresso na simples fórmula de Ellen White: “Não me ponho como critério para os outros.”
10. O décimo princípio permeia os nove princípios anteriores: devemos raciocinar da causa para o efeito.

A Jornada de Ellen White, Passo a Passo

Thiago e Ellen White compreenderam e levaram tempo para reagirem e avançarem na verdade. Usaram muitas vezes o princípio de que a reforma de saúde deve ser progressiva. Afirmou ainda que Deus lhe revelou um conceito geral.

O Melhor Alimento Disponível

Ellen White comeu carne depois da segunda visão sobre saúde, 1863, mas não como parte regular de seu regime alimentar, pois sempre praticou os princípios gerais que ensinou a outros. Sempre escolheu o bom dentro das circunstâncias que estava.

Conclusão da Jornada passo a passo

As principais visões de Ellen White a respeito de saúde ocorridas em 1863 e 1865 abrangeram todos os aspectos da mensagem da reforma de saúde, enfatizados por ela até a morte. As mudanças em determinadas ênfases ocorridas através dos anos nada acrescentaram nem subtraíram, apenas aperfeiçoaram esses princípios.
Ellen White fazia diferença entre substâncias claramente prejudiciais (bebidas alcoólicas, carne de porco, fumo, chá e café) e itens alimentares que não eram saudáveis quando empregados em quantidades imoderadas (carnes limpas, leite, ovos, sal e açúcar).
Ellen White seguia o princípio do Tema do Grande Conflito de que a verdade nunca deve ser forçada. Era clara e vigorosa com respeito à relação existente entre a saúde de uma pessoa e o seu crescimento espiritual e destino eterno. Mas não compelia, ameaçava nem coagia outros a fazerem o que sabia que eles deviam fazer – não desejava servir de consciência nem de critério para os outros.

Aplicando os Princípios

Para Ellen White, os dois princípios básicos da reforma de saúde são “conservar a melhor saúde” e ingerir “o alimento mais nutritivo” em todo o tempo. Ellen White compreendia claramente a diferença entre princípio e prática. Sabia que princípios são imutáveis e que a prática é condicional a tempo, circunstâncias e pessoas. Seu bom senso a respeito da reforma de saúde tornou-a fisicamente mais forte e uma pessoa mais produtiva com o passar dos anos – experiência pouco comum para muitos de sua época. Longe de ser uma hipócrita, ela foi a primeira a colocar o princípio em prática. Suas práticas alimentares não eram uma forma de penitência, nem um ritual pelo qual se obter a salvação.

Samuel de Oliveira Alves e estudante de teologia, terceiro ano,  no UNASP EC

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