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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

É possível negar a Trindade sem rejeitar a Palavra de Deus e o Deus da Palavra?

Ciro Sanches Zibordi


Continua crescendo o número de cristãos (cristãos?) que se dizem contrários à doutrina da Trindade. Seria possível alguém negar essa doutrina sem rejeitar a Palavra de Deus e o Deus da Palavra? Alguém pode ser cristão e, ao mesmo tempo, oponente da Trindade?
A doutrina da Trindade é uma das mais atacadas por movimentos pseudocristãos, dentre eles os unicistas. E, no Brasil, eles têm sido bastante convincentes na propagação de suas heresias antitrinitárias, principalmente por receberem o apoio de pastores, pregadores, cantores e líderes de louvor frouxos, sem compromisso com a sã doutrina, que valorizam as belas melodias de um famoso conjunto que diz ter a “voz da verdade”, ignorando a voz do Bom Pastor (Jo 10.27), a qual não poderá ser ignorada naquele grande Dia (Mt 7.21-23).
Viajo muito pelo Brasil e vejo que várias pessoas desavisadas, não somente apreciam os “louvores” aparentemente cristocêntricos do aludido conjunto, como também não valorizam muito a Trindade. Agem como se ela não fosse uma doutrina fundamental e inegociável.
Ora, Deus é uno e, ao mesmo tempo, triúno (Gn 1.1,26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; 1 Jo 5.7). O Pai, o Filho e o Espírito são três divinas e distintas Pessoas. Ou seja, a Trindade implica tripessoalidade, e não triteísmo. E essa verdade contida nas Escrituras, a despeito de transcender a razão humana, deve ser aceita alegremente, pela fé, por toda pessoa que se diz cristã (1 Tm 4.6).
As três divinas Pessoas da Trindade são coeternas e iguais entre si. Mas, em suas operações concernentes à criação e à redenção, Deus, o Pai, planejou a criação de tudo (Ef 3.9); Deus, o Filho, executou o plano, criando (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2; 11.3); e Deus, o Espírito Santo, vivificou, ordenou, pôs tudo, todo o universo, em ação: desde a partícula infinitesimal e invisível até ao super-macroscópico objeto existente (Jó 33.4; Jo 6.63; Gl 6.8; Sl 33.6; Tt 3.5). Ou seja, o Pai domina, o Filho realiza, e o Espírito Santo vivifica, preserva e sustenta.
Na redenção da humanidade, o Pai planejou a salvação, no céu (Jo 3.16; Gl 4.4,5); o Filho consumou-a, na terra (Jo 17.4,5; 19.30); e o Espírito Santo realiza e aplica essa tão grande salvação à pessoa humana (Jo 16.8-11; Tt 3.5). Contudo, num exame cuidadoso da Bíblia, vemos que, em qualquer desses atos divinos, as três Pessoas da Trindade estão presentes (cf. 2 Co 5.19; Jo 14.23; 16.23, etc.).
Uma tentativa de definição do trino Deus é: Deus Pai é a plenitude da divindade invisível (Jo 1.18); Deus Filho é a plenitude da divindade manifesta (Jo 1.1-17); Deus Espírito Santo é a plenitude da divindade operando na criatura (1 Co 2.12-16).
Para os sentidos físicos do homem, por condescendência de Deus, vemos as três Pessoas da Trindade no batismo de Jesus. O Pai eterno falou do céu, o Espírito Santo desceu em forma visível de pomba, e o Filho estava sendo batizado no rio Jordão, para cumprir toda a justiça (Mt 3.16,17). Daí a fórmula batismal deixada por Jesus mencionar a tripessoalidade divina (Mt 28.19 [aqui, o termo “nome” não é mencionado três vezes porque tem função distributiva]).
É claro que a Trindade é um mistério para nós. Se a unidade composta do homem — espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23) — continua como um fato inexplicável para a ciência e para os homens mais sábios e santos, quanto mais a triunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo! Mas o fato de não a compreendermos jamais deveria ser um motivo para a rejeitarmos! Afinal, as coisas espirituais se discernem espiritualmente (1 Co 2.15). E nós, que temos a mente de Cristo (v.16), devemos discernir bem tudo.

Em Cristo,

Ciro Sanches Zibordi
Postado por O Peregrino às 00:01 0 comentários

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