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terça-feira, 10 de maio de 2011

Queria aquela amizade de volta!


Queria aquela amizade de volta!
Ana Paula Garcia


Queria aquela amizade de volta!
Aquela que quando eu errava, era uma risada sem fim,

O choro aumentava, mas vinha o conforto pra mim.
Queria aquela amizade de volta!

Segredos às escondidas, onde o pode e o não pode era fiel,
Até que tudo mudava, pedia, mostra pra ele o papel.


Queria de volta, as noites de pique pega,
O beijo do caiu no poço que nunca saiu!
A morena apareceu! E ele sumiu!

Sim ,seria maravilhoso, queria de volta! Aquele amanhecer
Na porta, vamos correr, já vem o ônibus! Vamos perder!

Queria aquela amizade de volta, como eu queria, oh! Chororô,
Ele não olha pra mim, cartas, escritas sem fim.

Queria de volta, àquelas horas no quintal,
 poesias e prosas lidas no jornal.
Tarefas a fazer perdidas as provas.

Volta, volta, o tempo sem tempo, o tempo que era tempo,
 porque era o meu tempo, o tempo que todos têm!


Queria aquela amizade de volta! Brigas, ciúmes, fofocas,
.. Alguém quer um doce! Eu quero, eu quero, eu quero,
 tudo era esquecido, por paçocas!

Sim era um tempo muito bom!
Não existia net, andávamos de patinet,

Não existia celular, oi cheguei, acabava ficando paro o jantar,
Não tinha "I Phone", "I ped", nem computador,
o que tinha era emprestado, tudo com amor.

Queria aquela amizade! aquela que existia do lado,
chamada vizinha,
Você tem isso! tem aquilo!
Pode me dar, depois vou pagar!

Queria aquele tempo, trabalhos em bibliotecas,
amizades unidades,
Não se perdiam tempo em discoteca,
Ou passa ou reprova! Não existia moleza, do "X".

Como eu queria aquela amizade que não volta,
Não ouvia sobre drogas, nem "homo assexuado",
Sem sentido sem nexo, tudo "atrapalhado" .

Era raro, brigas e rival, hoje é amiga e animal,
tudo igual,
Não tem distinção, tudo normal!
Não existe simplicidade, em um beijo de amizade!

É,... eu queria, queria de volta aquela amizade,
"Vamo ali cumigu", quero ir sozinha não.
Tá, vamos então!

Queria de volta, aquela mistura de amizade com tempo,
Onde se corre sem maldade, é bom quando lembro!
Bebia água de chuva, chutar enxurrada...

Queria, como eu queria, àquelas horas,
 de conversas jogadas fora,
“menina vem pra dentro!" "Já vô!",
 "to indo! só mas um “poquim”,
"ja vo embora!"

Não, não existem aquelas amizades,
O tempo já Não deixa mais aquelas marcas
que nos fazem ser,
Homens e mulheres de valor.


Hoje a correria pelo ganho,
tecnologias sempre atualizadas
 e cada dia mais avançadas,
Onde pais e mães correm para sempre ter, ter e ter,
Onde o ser, É esquecido,
 as amizades, não são as mesmas.

Tempos bons que Não voltam atrás,
Consumos: diversões, comidas, roupas, e tais
Celulares, brinquedos pedagógicos
Já têm cara "de quero um desse igual".

Coisas que incentiva um consumo futuro,
Não existe momento preparatório,
O momento é "saiu, já é grande"
Sim tempos e amizades boas foram,

Na pequenina idade, onde não existia maldade,
Onde papai Noel era ainda o Noel, não o "pedófilo"
Onde deixar o pequeno estudar, era no lar,
Ou se na escola era segura, podia confiar,
Não iam bater ou maltratar...

Eu me seguro no inseguro,
Ainda querendo essa amizade de volta,

Os parentes se vão, só da um “oi”
ou se prende em televisão,
já não existe diálogo, cada um vive em seu mundão!

Eu corro, mais devagar, não quero escorregar,
Infelizmente é assim, todos são diferentes de mim,
Eu quero aquela amizade de volta
Eu quero aquela amizade pra mim


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