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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Os Princípios de Temperança de Daniel

Os Princípios de Temperança de Daniel


O profeta Daniel tinha um caráter notável. Ele foi brilhante exemplo daquilo que os homens podem chegar a ser quando unidos com o Deus da sabedoria. Uma breve narrativa da vida deste santo homem de Deus ficou registrada para animação daqueles que poderiam, mais tarde, ser chamados a suportar a prova e a tentação.

Quando o povo de Israel, seu rei, nobres e sacerdotes foram levados em cativeiro, quatro de entre eles foram selecionados para servir na corte do rei da Babilônia. Um destes era Daniel, o qual, muito cedo, deu mostras da grande habilidade desenvolvida nos anos subseqüentes. Esses rapazes eram todos de nascimento nobre e são descritos como jovens em quem não havia "defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento" e tinham "habilidade para viver no palácio do rei". Dan. 1:4. Percebendo os preciosos talentos destes jovens cativos, o rei Nabucodonosor determinou prepará-los para ocuparem importantes posições em seu reino. A fim de que pudessem tornar-se perfeitamente qualificados para sua vida na corte, de acordo com o costume oriental, eles deviam aprender a língua dos caldeus e submeter-se, durante três anos, a um curso completo de disciplina física e intelectual.

Os jovens nessa escola de preparo não eram unicamente admitidos ao palácio real, mas também tomavam providências para que comessem da carne e bebessem do vinho que vinha da mesa do rei. Em tudo isto o rei considerava que não estava somente dispensando grande honra a eles, mas assegurando-lhes o melhor desenvolvimento físico e mental que poderia ser atingido.

Enfrentando a Prova

Entre os manjares colocados diante do rei havia carne de porco e de outros animais que haviam sido declarados imundos pela lei de Moisés e que os hebreus tinham sido expressamente proibidos de comer. Nisso Daniel foi provado severamente. Deveria apegar-se aos ensinos de seus pais concernentes às carnes e bebidas e ofender ao rei, e, provavelmente, perder não só sua posição mas a própria vida? ou deveria desatender o mandamento do Senhor e reter o favor do rei, assegurando-se assim grandes vantagens intelectuais e as mais lisonjeiras perspectivas mundanas?

Daniel não hesitou por longo tempo. Decidiu permanecer firme em sua integridade, fosse qual fosse o resultado. "Assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia." Dan. 1:8.

Sem Mesquinhez nem Fanatismo

Hoje há entre os professos cristãos muitos que haveriam de julgar que Daniel era por demais esquisito, e o considerariam mesquinho e fanático. Eles consideram a questão do comer e beber como de muito pequena importância para exigir tão decidida resistência - tal que poderia envolver o sacrifício de todas as vantagens terrenas. Mas aqueles que assim raciocinam, notarão no dia do juízo que se desviaram dos expressos conselhos de Deus e se apoiaram em sua própria opinião como norma para o certo e para o errado. Descobrirão que aquilo que lhes parecera sem importância não fora assim considerado por Deus. Seus mandamentos deveriam ter sido sagradamente obedecidos. Aqueles que aceitam e obedecem a um de Seus preceitos porque lhes convém, ao passo que rejeitam a outro porque sua observância haveria de requerer sacrifício, rebaixam a norma do direito e, por seu exemplo, levam outros a considerarem levianamente a lei de Deus. "Assim diz o Senhor", deve ser nossa regra em todas as coisas.

Um Caráter Irrepreensível

Daniel foi submetido às mais severas tentações que podem assaltar os jovens de hoje; contudo, foi leal para com a instrução religiosa recebida na infância. Ele estava cercado por influências que subverteriam aqueles que vacilassem entre o princípio e a inclinação; todavia, a Palavra de Deus o apresenta como um caráter irrepreensível. Daniel não ousava confiar em seu próprio poder moral. A oração era para ele uma necessidade. Ele fazia de Deus a sua força e o temor do Senhor estava continuamente diante dele em todos os acontecimentos de sua vida.

Daniel possuía a graça da genuína mansidão. Era verdadeiro, firme e nobre. Procurava viver em paz com todos, ao mesmo tempo que era inflexível como o cedro altaneiro, no que quer que envolvesse princípio. Em tudo que não entrasse em colisão com sua fidelidade a Deus, era respeitoso e obediente para com aqueles que sobre ele tinham autoridade; mas tinha tão elevada consciência das reivindicações de Deus que as de governadores terrenos se lhes subordinavam. Não seria induzido por nenhuma consideração egoísta a desviar-se de seu dever.

O caráter de Daniel é apresentado ao mundo como um admirável exemplo do que a graça de Deus pode fazer de homens caídos por natureza e corrompidos pelo pecado. O registro de sua vida nobre, abnegada, é uma animação para a humanidade em geral. Dela podemos reunir força para resistir nobremente à tentação e, firmemente e na graça da mansidão, suster-nos pelo direito sob a mais severa provação.

A Aprovação de Deus

Daniel poderia haver encontrado uma desculpa plausível para desviar-se de seus estritos hábitos de temperança; mas a aprovação de Deus era para ele mais cara do que o favor do mais poderoso potentado terreno - mais cara mesmo do que a própria vida. Havendo, por sua conduta cortês, obtido o favor de Melzar - o oficial que tinha a seu cargo os jovens hebreus - Daniel pediu que lhes concedesse não precisarem comer o manjar da mesa do rei, nem beber de seu vinho. Melzar temia que, condescendendo com este pedido, poderia incorrer no desagrado do rei, e assim pôr em perigo sua própria vida. Semelhante a muitos presentemente, ele pensava que um regime moderado faria que estes jovens se tornassem pálidos e de aparência doentia, e deficientes na força muscular, ao passo que o abundante alimento da mesa do rei os tornaria corados e belos, e promoveria as atividades física e mental.

Daniel pediu que a questão se decidisse por uma prova de dez dias, sendo permitido aos jovens hebreus, durante esse breve período, comer um alimento simples, enquanto seus companheiros participavam das guloseimas do rei. A petição foi, finalmente, deferida e, então, Daniel se sentiu seguro de que havia ganho sua causa. Conquanto jovem, havia visto os danosos efeitos do vinho e de um viver luxuoso sobre a saúde física e mental.

Deus Defende Seu Servo

Ao fim dos dez dias achou-se ser exatamente o contrário das expectativas de Melzar. Não somente na aparência pessoal, mas em atividade física e vigor mental, aqueles que haviam sido temperantes em seus hábitos exibiram uma notável superioridade sobre seus companheiros que condescenderam com o apetite. Como resultado desta prova, a Daniel e seus companheiros foi permitido continuarem seu regime simples durante todo o curso de seu preparo para os deveres do reino.

O Senhor recompensou com aprovação a firmeza e renúncia destes jovens hebreus, e Sua bênção os acompanhou. Ele lhes "deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos". Dan. 1:17. Ao expirarem os três anos de preparo, quando sua habilidade e seus conhecimentos foram examinados pelo rei, "entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, permaneceram diante do rei. E em toda a matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino". Dan. 1:19 e 20.

O Domínio próprio Como Condição de Santificação

A vida de Daniel é uma inspirada ilustração do que constitui um caráter santificado. Ela apresenta uma lição para todos, e especialmente para os jovens. Uma estrita submissão às reivindicações de Deus é benéfica à saúde do corpo e do espírito. A fim de atingir a mais elevada norma de aquisições morais e intelectuais, é necessário buscar sabedoria e força de Deus e observar estrita temperança em todos os hábitos da vida. Na experiência de Daniel e seus companheiros, temos um exemplo da vitória do princípio sobre a tentação para condescender com o apetite. Ela mostra que, por meio do princípio religioso, os jovens podem triunfar sobre as concupiscências da carne e permanecer leais às reivindicações divinas, embora lhes custe grande sacrifício.

Que seria de Daniel e seus companheiros se se tivessem comprometido com aqueles oficiais pagãos e cedido à pressão da ocasião, comendo e bebendo como era costume entre os babilônios? Aquele único exemplo de desvio dos princípios lhes teria debilitado a consciência do direito e da aversão ao mal. A condescendência com o apetite teria envolvido o sacrifício do vigor físico, a clareza do intelecto e o poder espiritual. Um passo errado teria, provavelmente, levado a outros, até que, interrompendo sua conexão com o Céu, teriam sido arrastados pela tentação.

Disse Deus: "Aos que Me honram honrarei." I Sam. 2:30. Enquanto Daniel se apegava a Deus com firme confiança, o Espírito de poder profético vinha sobre ele. Enquanto era instruído pelos homens nos deveres da vida da corte, era por Deus ensinado a ler os mistérios dos séculos futuros e a apresentar às gerações vindouras, mediante números e símiles, as maravilhosas coisas que ocorreriam nos últimos dias.


Ellen White, 

Livro Santificação Pags 18 - 26

 


quinta-feira, 3 de julho de 2025

A Filosofia da Intemperança

   Ellen White

                              A Filosofia da Intemperança


 

A Perfeição Original do Homem

Criado em Perfeição e Beleza

O homem saiu da mão de seu Criador perfeito em organização e beleza de forma. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág. 7.

O homem foi a obra que coroou a criação de Deus, feito à Sua imagem, e destinado a ser Sua semelhança. Review and Herald, 18 de junho de 1895.

Adão era um ser nobre, de mente poderosa, vontade em harmonia com a vontade de Deus, as afeições centralizadas no Céu. Possuía um corpo livre de herança de doenças, alma portadora do cunho da Divindade. The Youth"s Instructor, 5 de março de 1903.

Achava-se diante de Deus na força da perfeita varonilidade. Todos os órgãos e faculdades de seu ser achavam-se igualmente desenvolvidos, harmoniosamente equilibrados. Redemption or the Temptation of Christ, pág. 30.

O Compromisso de Deus de Manter a sã Atividade do Corpo

O Criador do homem organizou a maquinaria viva de nosso corpo. Cada função é maravilhosa e sabiamente arranjada. E Deus Se comprometeu a manter esta maquinaria humana em saudável ação desde que o instrumento humano obedeça a Suas leis e coopere com Ele. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 17.

 

Responsabilidade de Atender às Leis da Natureza

Uma vida saudável requer desenvolvimento, e este requer cuidadosa atenção para com as leis da Natureza, para que os órgãos do corpo sejam conservados sãos, desembaraçados em suas funções. Manuscrito 47, 1896.

Deus Proveu as Inclinações e os Apetites

Nossas inclinações e apetites naturais... foram divinamente providos, e ao serem dados aos homens, eram puros e santos. Era desígnio de Deus que a razão governasse os apetites, e que eles servissem a nossa felicidade. E quando eles são regulados e controlados por uma razão santificada, são santidade ao Senhor. Manuscrito 47, 1896.

O Início da Intemperança

Satanás reuniu os anjos caídos a fim de inventar algum meio de fazer o máximo de mal possível à família humana. Foi apresentada proposta sobre proposta, até que finalmente Satanás mesmo imaginou um plano. Ele tomaria o fruto da vide, também o trigo e outras coisas dadas por Deus como alimento, e convertê-los-ia em venenos que arruinariam as faculdades físicas, mentais e morais do homem, dominariam de tal maneira os sentidos, que Satanás teria sobre eles inteiro controle. Sob a influência da bebida alcoólica, os homens seriam levados a praticar todas as espécies de crimes. Mediante o apetite pervertido, o mundo seria corrompido. Levando os homens a tomarem álcool, Satanás os faria descer cada vez mais baixo.

Satanás foi bem-sucedido em desviar de Deus o mundo. As bênçãos providas por Ele em Seu amor e misericórdia, Satanás transformou em maldição mortal. Encheu o homem do forte desejo de tomar bebida alcoólica e de fumar. Este apetite, não fundamentado na própria natureza, tem destruído milhões. Review and Herald, 16 de abril de 1901.

O Segredo da Estratégia do Inimigo

Intemperança de qualquer espécie embota os órgãos perceptivos, enfraquecendo tanto as energias cerebrais, que as coisas eternas não são apreciadas, mas consideradas como comuns. As mais elevadas faculdades da mente, destinadas a elevados desígnios, são postas em servidão às paixões inferiores. Se nossos hábitos físicos não são corretos, nossas faculdades mentais e morais não podem ser fortes; pois existe grande afinidade entre o físico e o moral. Testimonies, vol. 3, págs. 50 e 51.

Os nervos cerebrais que se comunicam com todo o organismo, são o único meio pelo qual o Céu pode comunicar-se com os homens e afetar-lhes a vida no recôndito. Qualquer coisa que perturbe a circulação das correntes elétricas no sistema nervoso, diminui a resistência das forças vitais, e o resultado é um amortecimento das sensibilidades mentais. Testimonies, vol. 2, pág. 347.

Satanás está constantemente alerta, para submeter a raça humana inteiramente ao seu controle. Seu mais forte poder sobre o homem exerce-se através do apetite, e este procura ele estimular de todos os modos possíveis. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 150.

O Ardil de Satanás Para Arruinar o Plano de Salvação

Satanás estivera em guerra com o governo de Deus, desde que começara a rebelar-se. Seu êxito em tentar Adão e Eva no Éden, e introduzir o pecado no mundo tornara ousado esse arquiinimigo; e ele se jactara orgulhosamente aos anjos celestes de que, quando Cristo aparecesse, tomando a natureza humana, seria mais fraco do que ele, e que ele havia de vencê-Lo por seu poder.

Exultou de que Adão e Eva no Paraíso não lhe houvessem podido resistir às insinuações quando apelara para seu apetite. Os habitantes do mundo antigo, ele vencera da mesma maneira, pela condescendência com o concupiscente apetite e as paixões corruptas. Mediante a satisfação do apetite, derrotara ele os israelitas.

Gabava-se de que o próprio Filho de Deus, que estivera com Moisés e Josué, não fora capaz de resistir-lhe ao poder, e levar Seu povo escolhido à Canaã; pois quase todos quantos deixaram o Egito morreram no deserto; também, que ele havia tentado o manso homem, Moisés, para tomar para si mesmo a glória a que Deus tinha direito. Davi e Salomão, especialmente favorecidos por Deus, mediante a condescendência com o apetite e a paixão, ele induzira a incorrer no desagrado de Deus. E gabava-se de que poderia ainda ser bem-sucedido em impedir-Lhe o desígnio de salvar o homem por meio de Jesus Cristo. Redemption or the Temptation of Christ, pág. 32.

Sua Mais Eficaz Tentação em Nossos Dias

Satanás vem ter com o homem da mesma maneira por que veio a Cristo, com suas irresistíveis tentações para condescender com o apetite. Ele conhece bem sua força para vencer o homem nesse ponto. Venceu Adão e Eva no Éden pelo apetite, e eles perderam sua bendita morada. Que acumulada miséria e crime encheram o mundo em conseqüência da queda de Adão! Cidades inteiras têm desaparecido da face da Terra em virtude dos crimes vis e da revoltante iniqüidade que as tornaram uma nódoa no Universo. A condescendência com o apetite foi o fundamento de todos os seus pecados.

Por meio do apetite Satanás dominou a mente e o ser. Milhares de pessoas que poderiam haver vivido, passaram prematuramente à sepultura, física, mental e moralmente fracos. Possuíam boas faculdades, mas sacrificaram tudo ao apetite, o que os levou a soltar as rédeas da concupiscência. Testimonies, vol. 3, págs. 561 e 562.


Livro Temperança pags 11 - 16

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Abra o Coração a Deus

 Ellen White       

             Abra o Coração a Deus

"O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia." Prov. 28:13.

As condições para obter misericórdia de Deus são simples, justas e razoáveis. O Senhor não requer de nós atos penosos a fim de que alcancemos o perdão dos pecados. Não precisamos empreender longas e cansativas peregrinações, nem praticar duras penitências a fim de recomendar nossa alma ao Deus do Céu ou expiar nossas transgressões; mas o que confessa os seus pecados e os deixa, alcançará misericórdia.

Diz o apóstolo: "Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis." Tia. 5:16. Confessai vossos pecados a Deus, que é o único que os pode perdoar, e vossas faltas uns aos outros. Se ofendestes a vosso amigo ou vizinho, deveis reconhecer vossa culpa, e é seu dever perdoar-vos plenamente. Deveis buscar então o perdão de Deus, porque o irmão a quem feristes é propriedade de Deus e, ofendendo-o, pecastes contra seu Criador e Redentor. O caso será levado perante o único Mediador verdadeiro, nosso grande Sumo Sacerdote, que "como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado", e que Se compadece "das nossas fraquezas" (Heb. 4:15), sendo apto para purificar-nos de toda mancha de iniqüidade.

Os que não humilharam ainda a alma perante Deus, reconhecendo sua culpa, não cumpriram ainda a primeira condição de aceitabilidade. Se não experimentamos ainda aquele arrependimento do qual não há arrepender-se, e não confessamos os nossos pecados, com verdadeira humilhação de alma e contrição de espírito, aborrecendo nossa iniqüidade, nunca procuramos verdadeiramente o perdão dos pecados; e se nunca buscamos a paz de Deus, nunca a encontramos. A única razão por que não temos a remissão dos pecados passados, é não estarmos dispostos a humilhar o coração e cumprir as condições apresentadas pela Palavra da verdade. Acerca deste assunto são-nos dadas explícitas instruções. A confissão de pecados, quer pública quer privada, deve ser de coração, expressa francamente. Não deve ser obtida do pecador à força de insistência. Não deve ser feita de maneira negligente ou folgazã, nem extorquida dos que não reconhecem o abominável caráter do pecado. A confissão que é o desafogo do íntimo da alma, achará o caminho ao Deus de infinita piedade. Diz o salmista: "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito." Sal. 34:18.

A confissão verdadeira tem sempre caráter específico e faz distinção de pecados. Estes podem ser de natureza que devam ser apresentados a Deus unicamente; podem ser faltas que devam ser confessadas a pessoas que por elas foram ofendidas; ou podem ser de caráter público, devendo então ser confessados com a mesma publicidade. Toda confissão, porém, deve ser definida e sem rodeios, reconhecendo justamente os pecados dos quais sois culpados.

Nos dias de Samuel os israelitas apartaram-se de Deus. Estavam sofrendo as conseqüências do pecado, pois haviam perdido a fé em Deus, deixado de reconhecer Seu poder e sabedoria para governar a nação, perdido a confiança em Sua capacidade de defender e reivindicar Sua causa. Volveram costas ao grande Rei do Universo, desejando ser governados como as nações ao seu redor. Para encontrar paz fizeram esta definida confissão: "A todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei." I Sam. 12:19. Importava que confessassem justamente o pecado do qual tinham sido convencidos. A ingratidão oprimia-lhes a alma, separando-os de Deus.

A confissão não será aceitável a Deus sem o sincero arrependimento e reforma. E preciso que haja decisivas mudanças na vida; tudo que seja ofensivo a Deus tem de ser renunciado. Este será o resultado da genuína tristeza pelo pecado. A obra que nos cumpre fazer de nossa parte, é-nos apresentada claramente: "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas." Isa. 1:16 e 17. "Restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá." Ezeq. 33:15. Paulo diz, falando da obra do arrependimento: "Quanto cuidado não produziu isso mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio." II Cor. 7:11.

 

Quando o pecado embota as percepções morais, o transgressor já não discerne os defeitos de seu caráter, nem reconhece a enormidade do mal que cometeu; e a menos que se renda ao poder persuasivo do Espírito Santo, permanece em parcial cegueira quanto aos seus pecados. Suas confissões não são sinceras e ferventes. A cada reconhecimento de seu pecado acrescenta uma desculpa em justificação de seu procedimento, declarando que se não fossem certas circunstâncias, não teria praticado este ou aquele ato, pelo qual está sendo reprovado.

Depois de haverem Adão e Eva comido do fruto proibido, ficaram cheios de um sentimento de vergonha e terror. A princípio seu único pensamento era como desculpar seu pecado e escapar à temida sentença de morte. Quando o Senhor os interrogou acerca de seu pecado, Adão respondeu, lançando a culpa em parte sobre Deus e em parte sobre a companheira: "A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi." A mulher lançou a culpa sobre a serpente, dizendo: "A serpente me enganou, e eu comi." Gên. 3:12 e 13. Por que fizeste a serpente? Por que lhe permitiste entrar no jardim? Estas eram as perguntas que transpareciam das palavras com que procurava desculpar seu pecado, lançando, assim, sobre Deus a responsabilidade de sua queda. O espírito de justificação própria originou-se no pai da mentira, e tem sido manifestado por todos os filhos e filhas de Adão. Confissões desta ordem não são inspiradas pelo Espírito divino, e não são aceitáveis a Deus. O arrependimento verdadeiro levará o homem a suportar ele mesmo sua culpa e reconhecê-la sem engano nem hipocrisia. Como o pobre publicano, que nem ao menos os olhos ousava erguer ao céu, clamará: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!" (Luc. 18:13) e os que reconhecerem sua culpa serão justificados, pois Jesus apresenta Seu sangue em favor da alma arrependida.

Os exemplos que a Palavra de Deus nos apresenta de genuíno arrependimento e humilhação revelam um espírito de confissão em que não há escusa do pecado, nem tentativa de justificação própria. Paulo não procurava desculpar-se; pintava seus pecados nas cores mais negras, não procurando atenuar sua culpa. Diz ele: "Encerrei muitos dos santos nas prisões; e, quando os matavam, eu dava o meu voto contra eles. E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui." Atos 26:10 e 11. Não hesita em declarar que "Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal". I Tim. 1:15.

O coração humilde e contrito, rendido pelo arrependimento genuíno, apreciará algo do amor de Deus e do preço do Calvário; e, como um filho confessa sua transgressão a um amante pai, assim trará o verdadeiro penitente todos os seus pecados perante Deus. E está escrito: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." I João 1:9.


Do livro Caminho a Cristo, Pags 39 - 41

sábado, 14 de junho de 2025

70 SEMANAS DE PROFECIAS NOS ROLOS DO MAR MORTO

 

70  SEMANAS  DE  PROFECIAS  NOS  ROLOS  DO  MAR  MORTO

 

INTRODUÇÃO 

 

1. As 70 semanas de profecias estão registradas no livro do profeta Daniel, o qual forma parte do cânon Bíblico.

a)     Foi escrito no século VII A.C.

b)    Entre os achados de Qumram, às margens do Mar Morto, foram encontradas cópias deste livro.

2. Sua autenticidade e antigüidade são confirmadas pelos Rolos do Mar Morto.

3. Antes de analisar a profecia em si, daremos uma rápida síntese de alguns dos aspectos mais interessantes acerca dos achados arqueológicos ocorridos às margens do Mar Morto. Depois discutiremos esta fascinante e significativa profecia.

(NOTA: Falar sobre os achadas de Qumram, poderá consumir muito do tempo quê você gostaria de dedicar ã profecia em si. De acordo ao tipo de público que estiver assistindo, você se decida se dará essa parte ou não.)

I. OS  ACHADOS  DE  QUMRAM

1. Em 1947.

- Por dois beduínos da tribo semi-nômade dos Ta'amira.

- Um deles, o Pastor Muhammad ad-Dib, referiu seu achado casual.

2. Em 1947 apareceram pela primeira vez sete manuscritos em Belém.

a)     Quatro deles vieram a ser propriedade do metropolitano sírio ortodoxo Mar Yesue Samuel.

b)    Este, em1948, apresentou-os à American School of Oriental Research.

c)     J. C. Trever e W. C. Brownlee (de Asor) reconheceram imediatamente seu valor.

d)    W. F. Albright realizou um exame de perícia.

e)     Em11/04/1948, M. Burrows, diretor de Asor, deu a informação dos manuscritos à imprensa.

3. Os manuscritos restantes da caverna I foram comprados em 1947 (em dezembro de 1947) por E. L. Sukenik para a Universidade Hebraica de Jerusalém.

4. Em 1954, Y. Yadin pôde adquirir para a Universidade Hebraica de Jerusalém os rolos dos sírios enviados provisoriamente a Asor.

5. No dia 12/02/1955 o governo israelita deu a conhecer a posse de todas os manuscritos do primeiro achado.

6. Até janeiro de 1956, o governa jordaniano através do Department of Antiquities com o apoio da Ecole Archeologique Francaise de Jerusalém:

a)     Comprou dos beduínos Ta'amira os rolos que ainda tinham.

b)    Realizou cinco campanhas de escavações.

c)     Resultado: resguardou restos de uns 600 manuscritos provenientes de 11 cavernas.

7. Depois da "guerra dos seis dias" (de 5 a 10/6/67), todos os manuscritos do museu do governo jordano, passaram a ser propriedade de Israel. (Dados de Sacramentum Mundi, Enciclopédia Teológica, Edit. Herder, T.V, pp. 718,719)

8. Estes achados dão muita força às profecias bíblicas.

a)     Porque demonstram sua autenticidade.

b)    Porque demonstram sua antigüidade.


II. INTRODUÇÃO  À  PROFECIA  DAS  70  SEMANAS

1. Ao analisar as 70 semanas alguém pergunta a si mesmo:

- Por que Deus deu as profecias?

Entre outras razoes poderíamos mencionar:

a)     O prazer que Deus sente ao Se comunicar com Suas criaturas.

b)    A necessidade que temos de Sua orientação. Amós 3:7.

c)     Deus demonstra que Ele é o dono do futuro. Isaías 41:21-23.

d)    Não o faz par vaidade ou amor próprio.

(1)  Ele o faz por amor a nós.

(2)  Para ajudar-nos a crescer em nossa fé. S. João 14:29.

(3)  A maior expressão do amor de Deus para nós: A morte de Jesus. Romanos 5:6-8.

3. Esta profecia entrelaça ambas as coisas (dar-nos fé e permitir-nos receber a Jesus), pois nos permitirá captar com indiscutível nitidez que Jesus é o Messias.

a)     Deus havia traçado Seu plano redentor desde a eternidade.

I S. Pedro 1:18-20.

b)    Como faria para ajudar-nos a crer? S. João 14:29.

c)     Por isso o acúmulo grande e nítido de profecias messiânicas.

4. Em determinada época, demos uma conferência na qual assinalamos vários aspectos da vida de Jesus profetizados antes que ocorressem as fatos. Por exemplo:

a)     O lugar de Seu nascimento.

b)    O nascimento virginal.

c)     A obra que realizaria.

d)    A traição de Judas.

e)     O julgamento.

f)      A morte.

g)    A forma de sua morte.

h)    A sepultura.

i)       A ressurreição.

j)       Por meio da lei ritual foi-lhes dado algo assim como um plano da salvação para que entendessem como Cristo morreria.

(1)  É exatamente igual a nós.

Por meio da Santa ceia, para recordar Sua morte e anunciá-la até que Ele venha.

5. Agora descobriremos na profecia das 70 semanas, predições até para os estudiosos mais exigentes.

a)     Ali anuncia o ano de Seu batismo;

b)    O ano de Sua crucifixão;

c)     O momento no qual se encheria a taça da paciência do Senhor diante da rejeição por parte de Seu povo escolhido.

6. Tudo isso nas 70 semanas de profecias contidas nos rolos de Qumram, às margens do Mar Morto.

a)     Mas isso está escrito na santa Bíblia há uns 2.500 anos.

b)    O mais importante dos manuscritos do Mar Morto é que demonstram que o que lemos hoje na Bíblia é antigo e autêntico, como se há muito tempo havíamos aceitado por fé os cristãos.

 

III. A  PROFECIA  EM  SI

1. Estas 70 semanas não são literais, mas proféticas. Portanto, faremos bem em ver que valor tem na Bíblia um dia profético.

a) Por exemplo: Em um mapa lemos: E: 1 cm " 1km.

(1) A escala nos indicaria:

1 cm = 1 km

b) Qual é a escala bíblica? Por outras casos proféticos poderíamos dizer que é assim:

(1)  E: 1 dia profético = 1 ano.

(2)  Exemplo: Ezequiel 4:4-6

c)     Já Tomás Goodwing (1600-1680) apresentou este princípio de interpretação.

2. Portanto se trataria de 70 semanas de anos.

a)     70 semanas x 7 = 490 dias proféticos.

b)    490 dias proféticos = 490 anos reais.

3. Quando se começariam a contar? Daniel 9:23-27

a)     Desde a saída do decreto para restaurar e edificar Jerusalém.

b)    O decreto que se tornou efetivo nesta restauração foi o de Artaxerxes Longímano, do ano 457 A.C



7 Semanas, e se reconstituiria a praça e o muro

a)      Isto ocorreu no ano 408 A.C. Aos 49 anos (7 semanas proféticas x 7 = 49.)

2.     Mais 62 semanas (7+62 = 69 semanas proféticas)

a)     Nesse momento seria ungido o Santo dos santos.

b)    O computador profético leva-nos até o ano 27 D.C. que coincide com o ano 780 da fundação de Roma e com o ano 15 de Tibério césar (ou seja 15 anos desde que Tibério filho de Augusto, era co-regente com este). (Três formas distintas de referir-se à mesma data.)

c)     Essa é a data do batismo de Jesus. S. Lucas 3:1-3, 21,22.

d)    A esse ato – o batismo de Jesus – S. Pedro chamou-o de ungimento do Senhor mediante o Espírito Santo. Atos 10:38.

e)     Em outras palavras: O Santo dos santos, Jesus, foi ungido pelo Espírito Santo por ocasião do batismo, isto é, exatamente às 7 + 62 semanas proféticas desde o decreto de Artaxerxes. Exatamente no ano profetizado 6 séculos antes!

6. Mas ainda há mais:

a)     Na semana restante (1.ª 70 antes) confirmaria o pacto a muitos. (Sem dúvida, o pacto da graça por meio do qual nos redimiria) (Dan. 9:27)

b)    Isto incluiria (Dan. 9:24)

(1)  Terminar a corrupção.

(2)  Pôr fim ao pecado.

(3)  Expiar a iniquidade.

(4)  Trazer a justiça perdurável.

c)     Fá-lo-ia por meio do Sacrifício do Messias. (Dan. 9:26,27)

(1)   O Messias não morreria de morte natural, tirar-Lhe-iam a vida.

d) O Messias seria morto. Quando?

(1)  Na última semana profética (Dan. 9:26).

(2)  Na metade dessa semana de anos. Ou seja aos 3 anos e meio do batismo.

(3)  E isso foi exatamente o que ocorreu!

Jesus foi morto aos 3 anos e meio (páscoa) depois de Seu batismo. No momento preciso que marcava a profecia!

 

CONCLUSÃO

 1.     I S. João 14:29.

2.     Podemos confiar na Santa Bíblia como Palavra de Deus, verdadeira e infalível.

3.     Podemos confiar em Jesus.

a)     Como o Messias.

b)    Como Senhor e Salvador.

c)     Como Mediador.

4.     Eu O aceitei como meu Senhor, meu único e suficiente Salvador, meu único e suficiente Mediador.

a)      Por isso, embora sendo um pecador, tenho esperança de perdão;

b)     Embora eu seja fraco, tenho confiança que Ele continuará mudando minha vida para o bem;

c)      Embora viva num mundo sem esperança, do qual sou parte, tenho esperança frente ao amanhã.

5.     Não gostaria você de aceitar hoje a Jesus como o único e suficiente Salvador; único e suficiente Mediador?

a)     Também há perdão para você.

b)    Também há vida para você.

6. Não gostaria de aceitar a Jesus como seu Senhor?

a)     Ele tomará sua vida e transformá-la-á.

b)    Tomará sua vida e guiá-la-á pelo caminho da vida eterna.

c)     (Apelo e oração).

 

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