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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Amor Fraternal

Ellen White

                                              Amor Fraternal

Cristo não conhecia distinção de nacionalidade, posição ou credo. Os escribas e fariseus desejavam fazer dos dons celestes um privilégio local e nacional, e excluir o resto da família de Deus no mundo. Mas Cristo veio derrubar todo muro de separação. Veio mostrar que Seu dom de misericórdia e amor é tão ilimitado como o ar, a luz ou a chuva que refrigera a terra.

A vida de Cristo estabeleceu uma religião em que não há diferenças, a religião em que judeus e gentios, livres e servos são ligados numa fraternidade comum, iguais perante Deus. Nenhuma questão política Lhe influenciava a maneira de agir. Não fazia diferença alguma entre vizinhos e estranhos, amigos e inimigos. O que tocava Seu coração era uma alma sedenta pelas águas da vida.

Não passava nenhum ser humano por alto como indigno, mas procurava aplicar a toda pessoa o remédio capaz de sarar. Em qualquer companhia em que Se encontrasse, apresentava uma lição adequada ao tempo e às circunstâncias. Cada negligência ou insulto da parte de alguém para com seu semelhante servia apenas para fazê-Lo mais consciente da necessidade que tinham de Sua simpatia divino-humana. Procurava inspirar esperança aos mais rudes e menos promissores, prometendo-lhes a certeza de que haveriam de tornar-se irrepreensíveis e inocentes, alcançando um caráter que manifestaria serem filhos de Deus.

Muitas vezes Jesus encontrava pessoas que haviam caído no poder de Satanás e que não tinham forças para romper os laços. A essas criaturas, desanimadas, doentes, tentadas, caídas, costumava dirigir palavras da mais terna piedade, palavras adequadas e que podiam ser compreendidas. Quando encontrava pessoas empenhadas numa luta renhida com o adversário das almas, Ele as animava a perseverar, assegurando-lhes que haviam de triunfar, pois anjos de Deus se achavam a seu lado e lhes dariam a vitória.

À mesa dos publicanos Ele Se sentava como hóspede de honra, mostrando por Sua simpatia e benevolência social que reconhecia a dignidade humana; e os homens anelavam tornar-se dignos de Sua confiança. Sobre seu coração sedento, as palavras dEle caíam com bendito poder vivificante. Novos impulsos eram despertados, e abria-se para esses excluídos da sociedade a possibilidade de vida nova.

Conquanto fosse judeu, Jesus Se associava sem reserva com os samaritanos, deitando assim por terra os costumes farisaicos de Sua nação. Apesar de seus preconceitos, Ele aceitou a hospitalidade desse povo desprezado. Dormia com eles sob seu teto, comia à mesa deles - compartilhando da comida preparada e servida por suas mãos - ensinava em suas ruas e tratava-os com a maior bondade e cortesia. Enquanto lhes atraía o coração pelos laços de humana simpatia, Sua divina graça levava-lhes a salvação que os judeus rejeitavam.


Livro - A Ciencia Do Bom Viver. Pag. 25 - 26

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Remédios Naturais

   Ellen White                                       

                                             Remédios Naturais


Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino - eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais, e da maneira de aplicá-los. É essencial tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento do doente como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente esse conhecimento.

O uso dos remédios naturais requer certo cuidado e esforço que muitos não estão dispostos a exercer. O processo da natureza para curar e construir é gradual, e isso parece vagaroso ao impaciente. Demanda sacrifício e abandono das nocivas condescendências. Mas no fim se verificará que a natureza, não sendo estorvada, faz seu trabalho sabiamente e bem. Aqueles que perseveram na obediência a suas leis ceifarão galardão em saúde de corpo e de alma. Bem pouca é a atenção dada em geral à conservação da saúde. É incomparavelmente melhor evitar a doença do que saber tratá-la uma vez contraída.

É o dever de toda pessoa, por amor de si mesma, e por amor da humanidade, instruir-se quanto às leis da vida, e a elas prestar conscienciosa obediência. Todos precisam familiarizar-se com esse organismo, o mais maravilhoso de todos, que é o corpo humano. Devem compreender as funções dos vários órgãos, e a dependência de uns para com os outros quanto ao são funcionamento de todos. Cumpre-lhes estudar a influência da mente sobre o corpo, e deste sobre aquela, e as leis pelas quais são eles regidos.


CBV 127, 128

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

A Torre de Babel

Ellen White 

                A Torre de Babel

 

Alguns dos descendentes de Noé logo começaram a apostatar. Uma parte seguiu o exemplo de Noé e obedeceu aos mandamentos de Deus; outros foram descrentes e rebeldes e nem mesmo tinham a mesma idéia quanto ao dilúvio. Alguns descriam da existência de Deus e, em sua própria mente, atribuíam o dilúvio a causas naturais. Outros criam que Deus existia e que fora Ele quem destruíra a raça antediluviana pelo dilúvio, e seus sentimentos, como os de Caim, ergueram-se em rebelião contra Deus porque destruiu da Terra o povo e a amaldiçoou pela terceira vez, por um dilúvio.

Aqueles que era inimigos de Deus sentiam-se diariamente reprovados pela justa conduta e piedosa vida daqueles que amavam, obedeciam e exaltavam a Deus. Os descrentes consultaram entre si e decidiram separar-se dos fiéis, cuja vida justa era uma contínua restrição à sua ímpia conduta. Viajaram a certa distância para se afastarem deles, e escolheram uma vasta planície para habitar. Então, construíram uma cidade e conceberam a idéia da edificação de uma grande torre que alcançasse as nuvens, para que pudessem habitar juntos na cidade e na torre, e não mais fossem dispersados.

Arrazoaram que estariam seguros no caso de outro dilúvio, pois construiriam sua torre com muito maior altura do que as águas prevaleceram no tempo do dilúvio, e que todo o mundo os honraria e eles seriam quais deuses e governariam o povo. Esta torre fora planejada para exaltar seus construtores, e pretendia voltar a atenção dos outros que vivessem na Terra, de Deus, para unirem-se com eles em sua idolatria. Antes do trabalho de construção estar cumprido, as pessoas moravam na torre. Salas foram esplendidamente mobiliadas, decoradas e devotadas aos seus ídolos. Aqueles que não criam em Deus imaginavam que, se sua torre chegasse às nuvens, eles seriam capazes de descobrir as causas do dilúvio.

Exaltaram-se contra Deus. Ele, porém, não lhes permitiria completar seu trabalho. Tinham construído a torre até grande altura quando o Senhor mandou dois anjos para confundi-los em seu trabalho. Homens tinham sido apontados para receber as ordens dos que trabalhavam no topo da torre, que pediam material para o seu trabalho, sendo que o primeiro comunicava ao segundo, e este ao terceiro, até que a ordem chegava aos que estavam na base. Ao ser a ordem passada de um para outro, os anjos confundiram sua linguagem, e quando a ordem chegava aos que trabalhavam na base, provia-se material que não fora pedido. Depois de um laborioso processo de fazer chegar o material aos operários no cimo da torre, não era o que eles desejavam. Desapontados e enraivecidos, eles reprovavam aqueles que julgavam estar em falta.

Depois disso, não houve mais harmonia em seu trabalho. Irados uns com os outros, e sem saber a que atribuir os mal-entendidos e estranhas palavras entre eles, abandonaram o trabalho, separaram-se uns dos outros e se espalharam sobre a Terra. Até aquele tempo, os homens tinham falado uma única língua. Raios do céu, como um sinal da ira de Deus, quebraram a parte superior da torre, lançando-a por terra. Deus queria mostrar assim ao homem rebelde que Ele era supremo.


Historia da Redenção 72 - 74

Sete e Enoque

        Ellen White                                           

                     Sete e Enoque

HR - Pag. 57 

Sete tinha um caráter digno, e devia tomar o lugar de Abel em reto proceder. Contudo era filho de Adão, como o pecaminoso Caim, e não herdou da natureza de Adão mais bondade natural do que Caim herdara. Nasceu em pecado, mas pela graça de Deus e recebendo os fiéis ensinamentos de seu pai Adão, honrou a Deus, fazendo Sua vontade. Separou-se dos corruptos descendentes de Caim e lutou, como teria feito Abel caso vivesse, para volver a mente dos homens pecadores à reverência e obediência a Deus.

Enoque era um santo homem. Servia a Deus com singeleza de coração. Compreendeu a corrupção da família humana e separou-se dos descendentes de Caim, reprovando-os por sua grande maldade. Existiam na Terra aqueles que reconheciam a Deus, e O temiam e adoravam. Mas o justo Enoque era tão afligido pelo crescente mal da impiedade, que não se associava com eles diariamente, temendo ser afetado por sua infidelidade e que seus pensamentos não considerassem a Deus com a santa reverência que era devida ao Seu exaltado caráter. Seu coração se agitava ao testemunhar diariamente como pisavam a autoridade de Deus. Decidiu separar-se deles e gastar muito de seu tempo em solidão, a qual devotava à reflexão e oração. Ele esperava diante do Senhor e orava para conhecer Sua vontade mais perfeitamente, para poder realizá-la. Deus Se comunicava com Enoque mediante Seus anjos, dando-lhe instrução divina. Fez-lhe saber que não suportaria para sempre a rebelião do homem - que Seu propósito era destruir a raça pecadora trazendo um dilúvio de água sobre a Terra.

O puro e amável Jardim do Éden, de onde nossos primeiros pais foram expulsos, permaneceu até que Deus Se propôs destruir a Terra pelo dilúvio. Deus plantara o jardim e o abençoara especialmente, e em Sua maravilhosa providência removeu-o da Terra, e o fará voltar outra vez à Terra, mais gloriosamente adornado do que antes de ser removido. Deus Se propôs preservar um espécime de Sua perfeita obra criadora livre da maldição com que amaldiçoara a Terra.

O Senhor abriu mais amplamente para Enoque o plano da salvação e, pelo Espírito de Profecia, transportou-o através das gerações que viveriam depois do dilúvio, mostrando-lhe os grandes eventos relacionados com o segundo advento de Cristo e o fim do mundo. Jud. 14.

Enoque estivera perturbado com respeito aos mortos. Parecia-lhe que os justos e os ímpios iriam para o pó juntamente, e que este seria o seu fim. Não podia ver claramente a vida do justo além da sepultura. Em visão profética foi instruído com relação ao Filho de Deus que devia morrer como sacrifício pelo homem, e foi-lhe mostrada a vinda de Cristo nas nuvens do céu, acompanhado pelo exército angelical, a fim de dar vida aos justos mortos e resgatá-los de sua sepultura. Viu também o estado corrupto do mundo, no tempo em que Cristo apareceria pela segunda vez - que haveria uma geração jactanciosa, presumida, voluntariosa, arregimentada em rebelião contra a lei de Deus, e negando o único Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, pisando o Seu sangue e desprezando Sua expiação. Viu os justos coroados de glória e honra, e os ímpios banidos da presença do Senhor, e destruídos pelo fogo.

Enoque fielmente transmitiu ao povo tudo o que Deus lhe havia revelado pelo Espírito de Profecia. Alguns creram nas suas palavras e volveram de sua maldade para temer e adorar a Deus.

Trasladação de Enoque

Enoque continuou a tornar-se mais piedoso enquanto se comunicava com Deus. Sua face era radiante com a santa luz que permanecia em sua fisionomia enquanto instruía aqueles que vinham para ouvir suas sábias palavras. Sua aparência digna e celestial infundia às pessoas reverência. O Senhor amava a Enoque porque ele firmemente O seguia, aborrecendo a iniqüidade, e fervorosamente buscava conhecimento celestial, para fazer Sua vontade com perfeição. Ele anelava unir-se ainda mais estreitamente com Deus, a quem temia, reverenciava e adorava. Deus não permitiu a Enoque morrer como outros homens, mas enviou Seus anjos para levá-lo ao Céu sem ver a morte. Na presença de justos e ímpios Enoque foi removido deles. Aqueles que o amavam pensaram que Deus pudesse tê-lo deixado em algum de seus lugares de retiro, porém, depois de procurarem diligentemente por ele, e sendo incapazes de achá-lo, disseram que não se acharia mais, porque Deus o tomara.

O Senhor ensina aqui uma lição da maior importância pela trasladação de Enoque - um descendente do decaído Adão - que seriam recompensados todos que pela fé confiassem no sacrifício prometido e fielmente obedecessem a Seus mandamentos. Duas classes são aqui outra vez representadas como devendo existir até o segundo advento de Cristo - os justos e os ímpios, os rebeldes e os leais. Deus Se lembrará dos justos, que O temem. Em consideração a Seu amado Filho Ele os estimará e honrará, dando-lhes a vida eterna. Mas os ímpios, aqueles que pisam Sua autoridade, Ele os cortará da Terra e os destruirá, e serão como se nunca tivessem existido.

Depois da queda de Adão de um estado de perfeita felicidade para um estado de infelicidade e pecado, havia o perigo de os homens se tornarem desencorajados e inquirirem: "Inútil é servir a Deus: que nos aproveitou termos cuidado em guardar os Seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos" (Mal. 3:14), uma vez que a maldição celeste repousa sobre a raça humana, e a morte é a porção de todos nós? Mas as instruções que Deus dera a Adão, repetidas a Sete e plenamente exemplificadas por Enoque, iluminaram o caminho de trevas e escuridão, dando esperança ao homem de que, assim como por meio de Adão veio a morte, mediante Jesus, o Redentor prometido, viria vida e imortalidade.

No caso de Enoque, os desalentados fiéis foram ensinados que, embora vivendo entre pessoas corruptas e pecadoras, que estavam em aberta e ousada rebelião contra Deus, seu Criador, contudo se Lhe obedecessem e tivessem fé no Redentor prometido, eles podiam proceder com justiça como o fiel Enoque, ser aceitos por Deus, e finalmente exaltados ao Seu trono celestial.

Enoque, separando-se do mundo, e gastando muito de seu tempo em oração e comunhão com Deus, representa o leal povo de Deus nos últimos dias, que se há separar do mundo. A injustiça deverá prevalecer em terrível extensão sobre a Terra. Os homens se dedicarão a seguir toda imaginação de seu corrupto coração e levar a cabo sua enganosa filosofia e rebelião contra a autoridade dos altos Céus.

O povo de Deus separar-se-á das práticas injustas dos que os rodeiam e procurará a pureza de pensamentos e santa conformidade com Sua vontade, até que Sua divina imagem seja refletida neles. Como Enoque, estarão se preparando para a trasladação ao Céu. Enquanto se esforçam para instruir e advertir o mundo, eles não se conformarão ao espírito e costumes dos descrentes, mas os condenarão por meio de seu santo procedimento e piedoso exemplo. A trasladação de Enoque para o Céu, pouco antes da destruição do mundo pelo dilúvio, representa a trasladação de todos os justos vivos da Terra antes da sua destruição pelo fogo. Os santos serão glorificados na presença daqueles que os odiaram por sua leal obediência aos justos mandamentos de Deus.


História Da Redenção 57 - 61

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

CUIDADO COM O PECADO OSTENSIVO

 

CUIDADO COM O PECADO OSTENSIVO

 

Mateus 24: 12.

Vivemos no tempo do fim

Os sinais acontecem seguidamente cumprindo as profecias bíblicas.

Parece que nada mais existe para acontecer a não ser, à volta de Cristo.

Guerras.

Cada dia que passa é nos apresentados relatos das guerras sem fim, em especial nos paises do oriente.

Atentados terroristas

Nunca se mataram tanto em atentados terroristas, parecem inesgotável, os voluntários do islã para morrer como suicidas, desde que com eles morram outros tantos.

Terremotos, 

Cada dia que passa, os relatos de terremotos assombram o mundo, em dez meses, o mundo sentiu a fúria de dois dos mais devastadores cataclismos da historia; o tsunami no oriente, e agora o furacão Catrina que acabou com uma das mais importantes cidades da América, Nova Orleãns.

As secas e a fome que assola o mundo, já não impressionam ninguém.

Os homens já se acostumaram com estes acontecimentos e os tem como coisa natural, daí não se assustarem mais, e vão mais além, tentam encontrar explicação para cada cataclismo da natureza, a até prevêem muitas calamidades, usando sofisticados instrumentos científicos.

Porém é bom lembrar que não é esses a causa dos males do mundo, são apenas as conseqüências,

A verdadeira causa dos problemas mundiais é o pecado. 

Com o pecado originou-se, toda a desgraça da humanidade, e só após a sua erradicação, este mundo terá paz.

Cristo predisse que o pecado aumentaria tanto no fim do mundo que a fé de muitos esfriaria e esfriaria o amor de quase todos. Mat. 24: 12.

Eu acredito que esse sinal, o aumento do pecado, será o sinal definitivo para que chegue o fim de todas as coisas.

Há pecados maiores que outros?

Não sei quando, nem onde, mas surgiu em nosso meio uma teoria em que todo pecado é igual. Essa teoria tem levado muitos a cometer pecados livremente, pois argumentam, se todo pecado é igual e todo mundo é pecador, logo nada que eu faça é reprovável, pois todo mundo aqui erra.

Vejamos o que nos diz o Espírito de Profecia.

“Deus não considera de igual magnitude todos os pecados, há graus de culpa em sua avaliação, assim como na dos finitos homens...”. “Os pecados que o homem está disposto a considerar pequenos, podem ser os mesmos que Deus tem como grandes crimes”. TS. 2  256.

Exemplos.    

Um garoto que rouba um pacote de biscoito em um supermercado, Por que está com fome cometeu um pecado, mas se o gerente do mesmo, vir a dar um desfalque na empresa, comete pecado muito maior.

O membro que deixou de recolher o dizimo a casa do tesouro, está errado, mas se o pastor ou o tesoureiro, desviar esse dinheiro pra si, esta cometendo um pecado muitas vezes mais grave...

Um casal de namorados que se descuidam e cometem o pecado da fornicação, erraram. Porem se o mesmo casal planeja todo final de semana ir pro motel, esta cometendo pecado muito maior, pois no primeiro caso, foi um descuido nesse ultimo é caso pensado.

Sexo fora do casamento é pecado, mas o homossexualismo é muito mais grave aos olhos de Deus. Rom. 1: 24-32

Formas do pecado

O pecado se apresenta de muitas formas e maneiras, toda abominável; porém uma forma de pecado que Deus não tem deixado impune é o pecado ostensivo...

E este está na moda. Não é a primeira vez que isto acontece, mas com certeza nunca esteve tão em voga como atualmente.

Que é o pecado ostensivo?

É aquele que tem por objetivo, causar impacto, chamar a atenção, tem que ser agressivo, chocante, público e pervertido.

O objetivo principal é derribar as tradições, desafiar as instituições tradicionais, quebrar as normas do bom comportamento, e ridicularizar aqueles que vivem e ensinam que não se deve pecar...

O propósito é substituir o bom senso pela loucura, a liberdade pela libertinagem, o bem pelo mal, a virtude pelo vicio. O pecado ostensivo é uma inversão de valores, o que não presta é valorizado, e o que é correto torna-se ridicularizado, e desprezado como cafona, quadrado, fora de moda,  ou coisa que o valha.

Os defensores do pecado ostensivo, afirmam que é necessário acabar com essa mania religiosa, de querer se meter na vida de todo mundo, cada um deve fazer o que bem entende, e que ninguém tem nada com isso; ensinam ainda que pecar é apenas um conceito e desde que a pessoa não esteja fazendo mal ao próximo, o que ele faz é de sua única e exclusiva responsabilidade, e que a igreja não pode e não deve se intrometer em sua vida.

Portanto os defensores do pecado ostensivo são amantes dos bailes de fim de semana, freqüentam os motéis sem nenhum pudor, navegam na internet, por chats nada recomendáveis, vestem-se de maneira provocativas, que chamam de ‘sexy’, afirmam que é retrógrado o sentimento de culpa,

Os maiores defensores dos direitos humanos são os defensores do pecado ostensivo, defende o direito ao amor livre, o direito ao homossexualismo, (com ou sem aids) o direito ao aborto, direito à eutanásia e muitos outros “direitos”.

Tudo é questão de direitos humanos, explicam...

Deus, Jesus, Bíblia, religião, para eles tudo é bobagem, o importante é gozar a vida.

Porém esquecem que; se todo pecado é condenado por Deus, pecar ostensivamente, e um desafio ao próprio Deus, cometer pecado ostensivamente é na pratica dizer que não acredita em Deus e que as normas que o criador criou, são erradas e devem ser mudadas. Quem peca ostensivamente se considera um deus.

O perigo do pecado ostensivo é que Deus não o deixa impune.

Nos seis milênios da história, toda vez que a medida do pecado ostensivo se enchia, os juízos de Deus eram derramados.

Foi assim no dilúvio. Antes de Noe, cometiam-se pecados, porém chegou a um ponto em que Deus teve que intervir, pois o povo perdeu o respeito e o temor, e passou a pecar descaradamente. Resultado; o dilúvio.

Em Sodoma foi à mesma coisa. Resultado, fogo.

Hoje toda a barreira está caindo, já não se tem preconceito algum, o pecado por mais que seja chocante já não impressiona ninguém. 

O povo já  se acostumou com o erro e nem liga mais para essas coisas, e se não bastasse, até entre os que professam servir a Deus já não há mais remorso em cometer pecados. 

Era comum, no passado, quando um jovem queria induzir a namorada, a algumas liberdades não próprias para quem não é casada, ela o despachar logo, e denuncia-lo, como um atrevido, ou coisa parecida. 

Hoje o que acontece é que muitas moças são, elas mesmas, que estão induzindo os rapazes à libertinagem.

Para piorar a situação, os pregadores modernos defendem a teoria que a lei de Deus foi abolida e que agora só é necessário crer em Deus e ter um bom coração, pois Este é amor e não vai castigar ninguém. Deixando assim o povo à vontade para transgredir a lei de Deus.

Apesar das falsas teorias que levam muitos pensarem que o pecado é normal, Deus não mudou. E pecado sempre foi pecado e continua sendo pecado

Você até pode esconder dos homens, mas não esconde de Deus, você até pode tentar acalmar a consciência achando que é normal e conveniente pecar, mas não o é. Pois Deus continua condenando toda sorte de pecados.

Você pode até argumentar que a santa lei de Deus foi abolida, mas não é verdade, pois são de Jesus as seguintes palavras: não penseis que vim revogar a lei, não vim para revogar vim para cumprir. Mat. 5: 17

Jesus deu sua vida para nos limpar do pecado mais, mas precisamos estar dispostos a abandonar todo e qualquer pecado. Heb. 12: 1. Cap. 10: 26 – 31.

Se o mundo procura abolir a lei de Deus cabe a nós defende-la e torna-la gloriosa. 

É nosso dever enaltecer a santa lei de Deus pela palavra e pelo exemplo, é necessário que condenemos o pecado, e apresentemos o Cristo como o único que pode salvar o homem, e torna-lo obediente aos preceitos sagrados.

A igreja corre o risco de cometer pecado ostensivo.

Como assim?

O mundo cada vez mais se distancia de Deus e a igreja para não parecer muito desatualizada, corre o risco de sair atrás; mesmo que sorrateiramente, mas seguindo, e quando se der conta, àquilo que há alguns anos nem cogitava em fazer, passa a fazê-lo, como todo o mundo, como se aquilo já não fosse mais pecado.

Exemplos

No passado nem se cogitava de uma mulher decente usar maiô, era roupa indecente, coisa vergonhosa; quando alguém usava era condenada. 

E as decentes só usavam no banho, shorts e blusinhas

Quando as mulheres mundanas passaram a usar apenas biquínis, o maiô passou a sem roupa de crente, por ser decente. 

Quando mulheres do mundo passaram a usar o fio dental, as crentes passaram a usar os biquínis, 

Quando todos passarem a praticar o nudismo, não sei que roupa as crentes, irão usar.

Outro exemplo:

No passado nem se cogitava de uma moça casar sem ser virgem. Quando o mundo passou na defender o amor livre, os cristãos ficaram como guardião desses princípios. 

Hoje quando o mundo já defende o casamento de gays e lésbicas, alguns do nosso povo, acha interessante e normal o relacionamento sexual antes do casamento.

Fornicação sempre foi e será pecado, mesmo que o mundo o considere normal, e faze-lo ostensivamente, é correr o risco de trazer desgraça e vergonha a igreja do Deus vivo.

É assim que o diabo quer; levar a igreja a pecar, ele não tem pressa, o importante é que um dia o povo fique tão perto do mundo que esteja longe dos marcos que identifiquem o povo de Deus.

O ultimo sinal que identifica que este mundo chegou ao seu final é o pecado ostensivo.

Foi o pecado que trouxe destruição ao povo pré-diluviano e também ao povo de Sodoma, e gomorra, e será o mesmo que vai fazer Deus destruir este nosso mundo.

Que Deus nos livre de pecar, e muito menos de pecar ostensivamente. 

Não esqueçamos que dura coisa é cair nas mãos do Deus vivo.

Deus na sua misericórdia ainda nos chama para sair do pecado.

Venham a Mim, todos os que estão cansados e sobre carregados, e eu os aliviarei.

Deus falou, e ele espera que o homem obedeça. Não o indaga se lhe é conveniente assim. O senhor da vida e da gloria, não consultou se era conveniente ou prazeroso deixar sua altíssima posição para se tornar um varão de dores e experimentado, aceitando a ignomínia e morte para livrar o homem do resultado da desobediência. Jesus morreu não para salvar o homem em seus pecados, mas de seus pecados. Deve o homem abandonar o erro, seus maus caminhos, e seguir o exemplo de Cristo, tomando a sua cruz e seguindo-o, negando a si mesmo e obedecendo a Deus custe o que custar. Ts. 1: 498.

Pecado é pecado e só será perdoado aquele que tiver disposição para deixar o pecado, mesmo que isso lhe traga desconforto, ou sofrimento.

 

Aquele que encobre as suas transgressões, jamais prosperará, mas aquele que as confessa e deixa, alcançara misericórdia”. Prov. 13: 28

 

Estas coisas vos escrevo, para que não pequeis, se todavia alguém pecar, temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo o justo”. 1, João 2: 3

 

Aquele que pecar contra o pai tem perdão e quem pecar contra o filho tem perdão, mas aquele que pecar contra o Espírito Santo, não tem perdão, nem neste mundo, nem no porvir...

Que Deus nos livre do pecado, muito mais porém, que nos livre do pecado ostensivo, pois para este não tem perdão nem neste mundo nem no porvir.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Caim e Abel

 Ellen White

                                                            Caim e Abel

HR - Pag. 52 

Caim e Abel e Suas Ofertas

Caim e Abel, filhos de Adão, diferiam grandemente em caráter. Abel temia a Deus. Caim acariciava sentimentos de rebeldia e murmurava contra Deus por causa da maldição pronunciada sobre Adão e porque fora a Terra amaldiçoada por seu pecado. Estes irmãos tinham sido instruídos com respeito à provisão feita para a salvação da raça humana. Deles era requerido que praticassem um sistema de humilde obediência, mostrando sua reverência a Deus e fé no Redentor prometido. Mediante o sacrifício dos primogênitos do rebanho e sua solene apresentação, com o sangue, como oferta queimada a Deus mostrariam sua dependência dEle. Este sacrifício devia levá-los a ter sempre em mente o seu pecado e o Redentor por vir, o qual devia ser o grande sacrifício pelo homem.

Caim trouxe suas ofertas perante o Senhor com murmuração e infidelidade no coração em referência ao Sacrifício prometido. Ele não estava disposto a seguir estritamente o plano de obediência, procurar um cordeiro e oferecê-lo com os frutos da terra. Meramente tomou dos frutos da terra e desrespeitou as exigências de Deus. Deus tinha feito saber a Adão que, sem o derramamento de sangue, não podia haver remissão de pecados. Caim não estava preocupado em trazer nem mesmo o melhor dos frutos. Abel aconselhou a seu irmão que não viesse diante do Senhor sem o sangue do sacrifício. Caim, sendo o primogênito, não quis ouvir seu irmão. Desprezou seu conselho e, com dúvida e murmuração com respeito à necessidade das ofertas cerimoniais, apresentou sua oferta. Mas Deus não a aceitou.

Abel trouxe dos primogênitos de seu rebanho e da gordura, como Deus tinha ordenado; e cheio de fé no Messias por vir, e com humilde reverência, apresentou a sua oferta. Deus aceitou a sua oferta. Uma luz brilhou do Céu e consumiu a oferta de Abel. Caim não viu manifestação de que a sua era aceita. Irou-se com o Senhor e com seu irmão. Deus condescendeu em mandar um anjo para conversar com ele.

O anjo inquiriu quanto à razão de sua ira, e informou-o de que, se ele fizesse o bem e seguisse as orientações que Deus tinha dado, Ele o aceitaria e estimaria sua oferta. Mas se não se submetesse humildemente aos planos de Deus, crendo e obedecendo, Ele não podia aceitar sua oferta. O anjo declarou a Caim que isto não era injustiça da parte de Deus, ou parcialidade mostrada para com Abel, mas que era em virtude de seu próprio pecado e desobediência à expressa ordem de Deus, que Ele não podia aceitar sua oferta; e se fizesse o bem seria aceito por Deus, e seu irmão lhe daria ouvidos, e Caim o guiaria, porque era o mais velho.

Mas mesmo depois de ser assim fielmente instruído, Caim não se arrependeu. Em vez de censurar-se e aborrecer-se por sua incredulidade, ainda se queixou da injustiça e parcialidade de Deus. Em sua inveja e ódio, contendeu com Abel e o reprovou. Abel mansamente apontou o erro de seu irmão e mostrou que o equivocado era ele próprio. Caim porém, odiou a seu irmão desde o momento em que Deus lhe manifestou as provas de Sua aceitação. Seu irmão Abel procurou acalmar-lhe a ira, mostrando que houve compaixão de Deus em salvar a vida de seus pais, quando podia ter trazido sobre eles morte imediata. Disse a Caim que Deus os amava, ou não teria dado Seu Filho, inocente e santo, para sofrer a ira de que o homem, pela sua desobediência, era merecedor.

Os Prenúncios da Morte

Enquanto Abel justificava o plano de Deus, Caim tornou-se enraivecido, e sua ira cresceu e ardeu contra Abel até que em sua raiva o matou. Deus o inquiriu a respeito de seu irmão, e Caim proferiu uma culposa falsidade: "Não sei: sou eu guardador do meu irmão?" Gên. 4:9. Deus informou a Caim que sabia a respeito de seu pecado - que estava informado de todos os seus atos, mesmo os pensamentos de seu coração, e disse-lhe: "A voz do sangue do teu irmão clama a Mim desde a terra. És agora, pois, maldito por sobre a terra cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. Quando lavrares o solo não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela Terra." Gên. 4:10-12.

A princípio, maldição sobre a terra tinha sido sentida apenas levemente; mas agora, uma dupla maldição repousava sobre ela. Caim e Abel representam as duas classes, os justos e os ímpios, os crentes e os incrédulos, que deviam existir desde a queda do homem até o segundo advento de Cristo. O assassínio de Abel por seu irmão Caim, representa os ímpios que teriam inveja dos justos, odiando-os porque são melhores do que eles. Teriam inveja e perseguiriam os justos e os arrastariam à morte, porque seu reto proceder lhes condenava a conduta pecaminosa.

 

A vida de Adão foi de um triste, humilde e contínuo arrependimento. Quando ensinava seus filhos e netos a temerem o Senhor, era com freqüência amargamente reprovado por seu pecado, de que resultara tanta miséria sobre sua posteridade. Quando deixou o belo Éden, o pensamento de que deveria morrer fazia-o estremecer de horror. Olhava para a morte como uma terrível calamidade. Foi primeiro familiarizado com a horrível realidade da morte na família humana, pelo seu próprio filho Caim ao matar seu irmão Abel. Cheio de amargo remorso por sua própria transgressão e privado de seu filho Abel, olhando a Caim como um assassino, e conhecendo a maldição que Deus pronunciara sobre ele, o coração de Adão quebrantou-se de dor. Amargamente ele se reprovou por sua primeira grande transgressão. Suplicou o perdão de Deus mediante o Sacrifício prometido. Ele havia sentido profundamente a ira de Deus pelo crime cometido no Paraíso. Testemunhou a corrupção geral que mais tarde finalmente forçou Deus a destruir os habitantes da Terra por um dilúvio. A sentença de morte pronunciada sobre ele por seu Criador, que a princípio lhe pareceu tão terrível, depois que ele viveu algumas centenas de anos, parecia justa e misericordiosa em Deus, pois trazia o fim a uma vida miserável.

Ao testemunhar Adão os primeiros sinais da decadência da Natureza com o cair das folhas e o murchar das flores, chorou mais sentidamente do que os homens hoje choram os seus mortos. As flores murchas não eram a razão maior do desgosto, visto serem tenras e delicadas; mas as altaneiras, nobres e robustas árvores arremessando suas folhas e apodrecendo, apresentavam diante dele a dissolução geral da linda Natureza, que Deus criara para especial benefício do homem.

Para seus filhos e os filhos deles, até a nona geração, ele descrevia a perfeição de seu lar edênico, e também sua queda e seus terríveis resultados, e a carga de pesar que veio sobre ele, em conseqüência da ruptura em sua família, que redundou na morte de Abel. Referiu-lhes os sofrimentos que Deus tinha trazido sobre ele, para ensinar-lhe a necessidade de estrito apego à Sua lei. Declarou que o pecado seria punido, em qualquer forma que existisse. Instou com eles para que obedecessem a Deus, que os trataria misericordiosamente, se O amassem e temessem.

Os anjos mantinham comunicação com Adão depois da queda, e informaram-no do plano da salvação, e que a raça humana não estava além da redenção. Apesar da terrível separação que tivera lugar entre Deus e o homem, uma providência tinha sido tomada mediante o oferecimento de Seu amado Filho, pela qual o homem podia ser salvo. Mas sua única esperança estava numa vida de humilde arrependimento e fé na provisão feita. Todos os que aceitassem a Cristo como seu único Salvador,

seriam de novo colocados no favor de Deus mediante os méritos de Seu Filho.


Do Livro Historia da Redenção Pags 52 - 56

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

O Plano da Salvação

 Ellen White         

              O Plano da Salvação

HR - Pag. 42 

O Céu encheu-se de tristeza quando se compreendeu que o homem estava perdido, que o mundo que Deus criara deveria encher-se de mortais condenados à miséria, enfermidade e morte, e não haveria um meio de livramento para o transgressor. A família inteira de Adão deveria morrer. Vi o adorável Jesus e contemplei uma expressão de simpatia e tristeza em Seu rosto. Logo eu O vi aproximar-Se da luz extraordinariamente brilhante que cercava o Pai. Disse meu anjo assistente: Ele está em conversa íntima com o Pai. A ansiedade dos anjos parecia ser intensa, enquanto Jesus Se comunicava com Seu Pai. Três vezes foi encerrado pela luz gloriosa que havia em redor do Pai; na terceira vez, Ele veio de Seu Pai, e podia ser visto. Seu semblante estava calmo, livre de toda perplexidade e inquietação, e resplandecia de benevolência e amabilidade, tais como não podem exprimir as palavras.

Fez então saber ao exército angelical que um meio de livramento fora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que estivera a pleitear com Seu Pai, oferecera-Se para dar Sua vida como resgate e tomar sobre Si a sentença de morte, a fim de que por meio dEle o homem pudesse encontrar perdão; que, pelos méritos de Seu sangue, e obediência à lei divina, ele poderia ter o favor de Deus, e ser trazido para o belo jardim e comer do fruto da árvore da vida.

A princípio, os anjos não puderam regozijar-se, pois seu Comandante nada escondeu deles, mas desvendou-lhes o plano da salvação. Jesus lhes disse que ficaria entre a ira de Seu Pai e o homem culpado, que Ele enfrentaria a iniqüidade e o escárnio, e que poucos, apenas, O receberiam como o Filho de Deus. Quase todos O odiariam e rejeitariam. Ele deixaria toda a Sua glória no Céu, apareceria na Terra como homem, humilhar-Se-ia como homem, familiarizar-Se-ia pela Sua própria experiência com as várias tentações com que o homem seria assediado, a fim de que pudesse saber como socorrer os que fossem tentados. Finalmente, depois de cumprida Sua missão como ensinador, seria entregue nas mãos dos homens, e suportaria quantas crueldades e sofrimentos Satanás e seus anjos pudessem inspirar ímpios homens a infligir. Ele morreria a mais cruel das mortes, suspenso entre o céu e a terra, como um pecador criminoso. Sofreria terríveis horas de agonia, as quais nem mesmo os anjos poderiam contemplar, mas esconderiam seu rosto dessa cena. Ele suportaria não apenas agonia física mas também mental, com que o sofrimento físico de nenhuma maneira se poderia comparar. O peso dos pecados do mundo inteiro estaria sobre Ele. Disse-lhes que morreria, e ressuscitaria no terceiro dia, e ascenderia a Seu Pai para interceder pelo homem perdido e culposo.

Um Meio de Salvação

Os anjos prostraram-se diante dEle. Ofereceram suas vidas. Jesus lhes disse que pela Sua morte salvaria a muitos; que a vida de um anjo não poderia pagar a dívida. Sua vida unicamente poderia ser aceita por Seu Pai como resgate pelo homem. Jesus também lhes disse que teriam uma parte a desempenhar - estar com Ele, e fortalecê-Lo em várias ocasiões. Que Ele tomaria a natureza decaída do homem, e Sua força não seria nem mesmo igual à deles. E seriam testemunhas de Sua humilhação e grandes sofrimentos. E, ao testemunharem Seus sofrimentos e o ódio dos homens para com Ele, agitar-se-iam pelas mais profundas emoções e, pelo seu amor para com Ele, desejariam livrá-Lo, libertá-Lo de Seus assassinos; mas que não deveriam intervir para impedir qualquer coisa que vissem; e que desempenhariam uma parte em Sua ressurreição; que o plano da salvação estava ideado, e Seu Pai aceitara esse plano.

Com santa tristeza Jesus consolou e animou os anjos, e os informou de que, dali em diante, aqueles que Ele remisse estariam com Ele, e com Ele sempre morariam; e que pela Sua morte resgataria a muitos, e destruiria aquele que tinha o poder da morte. E Seu Pai Lhe daria o reino e a grandeza do reino sob todo o Céu, e Ele o possuiria para todo o sempre. Satanás e os pecadores seriam destruídos para nunca mais perturbarem o Céu, ou a nova Terra purificada. Jesus ordenou que o exército celestial se conformasse com o plano que Seu Pai aceitara, e se regozijassem de que o homem decaído de novo pudesse ser exaltado mediante a Sua morte, a fim de obter o favor de Deus e desfrutar o Céu.

Então, a alegria, inexprimível alegria, encheu os Céus. E o exército celestial cantou um cântico de louvor e adoração. Tocaram harpas e cantaram em tom mais alto do que o tinham feito antes, pela grande misericórdia e condescendência de Deus, entregando o Seu mui amado para morrer por uma raça de rebeldes. Derramaram-se louvor e adoração pela abnegação e sacrifício de Jesus; por consentir Ele em deixar o seio de Seu Pai e optar por uma vida de sofrimento e angústia, e morrer uma morte ignominiosa a fim de dar Sua vida por outros.

Disse meu anjo assistente: Pensas que o Pai entregou Seu mui amado Filho sem esforço? Não, absolutamente. Foi mesmo uma luta, para o Deus do Céu, decidir se deixaria o homem culpado perecer, ou se daria Seu amado Filho para morrer por ele. Os anjos estavam tão interessados na salvação do homem que se podiam encontrar entre eles os que deixariam sua glória e dariam a vida pelo homem que ia perecer. Mas, disse o anjo, isto nada adiantaria. A transgressão era tão grande que a vida de um anjo não pagaria a dívida. Nada, a não ser a morte e intercessão de Seu Filho, pagaria essa dívida, e salvaria o homem perdido da tristeza e miséria sem esperanças.

Mas foi aos anjos designada a obra de subirem e descerem com bálsamo fortalecedor, trazido da glória, a fim de mitigar ao Filho do homem os Seus sofrimentos, e ministrar-Lhe. Seria também sua obra proteger e guardar os súditos da graça contra os anjos maus e contra as trevas que constantemente Satanás arremessa em redor deles. Vi que era impossível a Deus alterar ou mudar Sua lei, para salvar o homem perdido, e que ia perecer; portanto, Ele consentiu em que Seu amado Filho morresse pela transgressão do homem.

Satanás de novo regozijou-se com seus anjos de que, ocasionando a queda do homem, pudesse ele retirar o Filho de Deus de Sua exaltada posição. Disse a seus anjos que, quando Jesus tomasse a natureza do homem decaído, poderia derrotá-Lo, e impedir a realização do plano da salvação.

Foi-me então mostrado Satanás como havia sido: um anjo feliz e elevado. Em seguida, ele foi-me mostrado como se acha agora. Ainda tem formas régias. Suas feições ainda são nobres, pois é um anjo, ainda que decaído. Mas a expressão de seu rosto está cheia de ansiedade, cuidados, infelicidade, maldade, ódio, nocividade, engano e todo mal. Aquele semblante que fora tão nobre, notei-o particularmente. Sua fronte, logo acima dos olhos, começava a recuar. Vi que ele se havia degradado durante tanto tempo que toda boa qualidade se rebaixara, e todo mau traço se desenvolvera. Seu olhar era astuto e dissimulado, e mostrava grande penetração. Sua constituição era ampla; mas a carne lhe pendia frouxamente nas mãos e no rosto. Quando o vi, apoiava o queixo sobre a mão esquerda. Parecia estar em profundos pensamentos. Tinha um sorriso no rosto, o qual me fez tremer, tão cheio de maldade e dissimulação satânica era ele. Este sorriso é o que ele tem precisamente antes de segurar sua vítima; e, ao fixá-la em sua cilada, tal sorriso se torna horrível. Primeiros Escritos, págs. 150-153.

Em humilde e inexprimível tristeza, Adão e Eva deixaram o aprazível jardim onde tinham sido tão felizes antes de sua desobediência aos mandamentos de Deus. A atmosfera estava mudada. Não era mais invariável como antes da transgressão. Deus vestiu-os com roupas de pele para protegê-los da sensação de frio e calor a que estavam expostos.

A Imutável Lei de Deus

Todo o Céu pranteou como resultado da desobediência e queda de Adão e Eva, a qual trouxe a ira de Deus sobre a raça humana. Foram cortados da comunicação com Deus e precipitados em desesperadora miséria. A lei de Deus não podia ser mudada para atender às necessidades humanas, pois no planejamento divino ela jamais iria perder a sua força nem dispensar a mínima parte de seus reclamos.

Os anjos de Deus foram comissionados a visitar o decaído par e informá-los de que, embora não pudessem mais reter a posse de seu estado santo, seu lar edênico, por causa da transgressão da lei de Deus, seu caso não era, contudo, sem esperança. Foram então informados de que o Filho de Deus, que conversara com eles no Éden, fora tocado de piedade ao contemplar sua desesperada condição, e que voluntariamente tomara sobre Si a punição devida a eles, e morreria para que o homem pudesse viver, mediante a fé na expiação que Cristo propôs fazer por ele. Mediante Cristo, a porta da esperança estava aberta, para que o homem, não obstante seu grande pecado, não ficasse sob o absoluto controle de Satanás. A fé nos méritos do Filho de Deus elevaria o homem de tal maneira que ele poderia resistir aos enganos de Satanás. Um período de graça ser-lhe-ia concedido pelo qual, mediante uma vida de arrependimento e fé na expiação do Filho de Deus, ele pudesse ser redimido de sua transgressão da lei do Pai, e assim ser elevado a uma posição em que seus esforços para guardar Sua lei fossem aceitos.

Os anjos relataram-lhes a tristeza que sentiram no Céu, quando foi anunciado que eles tinham transgredido a lei de Deus, o que tornou necessário que Cristo fizesse o grande sacrifício de Sua própria preciosa vida.

Quando Adão e Eva compreenderam quão exaltada e sagrada era a lei de Deus, cuja transgressão fez necessário um dispendioso sacrifício para salvá-los e a sua posteridade da ruína total, pleitearam sua própria morte, ou que eles e sua posteridade fossem deixados a sofrer a punição de sua transgressão, de preferência a que o amado Filho de Deus fizesse este grande sacrifício. A angústia de Adão aumentou. Viu que seus pecados eram de tão grande magnitude que envolviam terríveis conseqüências. Seria possível que o honrado Comandante celestial, que tinha andado com ele e com ele conversado quando de sua santa inocência, a quem os anjos honravam e adoravam, seria possível que Ele tivesse de Se rebaixar de Sua exaltada posição para morrer por causa da transgressão dele?

Adão foi informado de que a vida de um anjo não podia pagar o seu débito. A lei de Jeová, o fundamento de Seu governo no Céu e na Terra, era tão sagrada como Ele próprio; e por esta razão a vida de um anjo não podia ser aceita por Deus como sacrifício por sua transgressão. Sua lei é mais importante a Seus olhos, do que os santos anjos ao redor de Seu trono. O Pai não podia abolir nem mudar um preceito de Sua lei para socorrer o homem em sua condição perdida. Mas o Filho de Deus, que em associação com o Pai criara o homem, podia fazer pelo homem uma expiação aceitável a Deus, dando Sua vida em sacrifício e enfrentando a ira de Seu Pai. Os anjos informaram a Adão que, assim como sua transgressão tinha produzido morte e infelicidade, vida e imortalidade seriam produzidas mediante o sacrifício de Jesus Cristo.

Uma Visão do Futuro

A Adão foram revelados importantes eventos futuros, de sua expulsão do Éden ao dilúvio, e progressivamente até o primeiro advento de Cristo sobre a Terra; Seu amor por Adão e sua posteridade levaria o Filho de Deus a condescender em tomar a natureza humana, e assim elevar, mediante Sua própria humilhação, todos aqueles que nEle cressem. Tal sacrifício era de suficiente valor para salvar o mundo inteiro; mas apenas uns poucos se beneficiariam da salvação a eles levada por tão maravilhoso sacrifício. Muitos não se satisfariam com as condições requeridas deles para serem participantes de Sua grande salvação. Eles prefeririam o pecado e transgressão da lei de Deus ao arrependimento e obediência, confiando pela fé nos méritos do sacrifício oferecido. Esse sacrifício era de tão infinito valor que tornava o homem que dele se prevalecesse, mais precioso do que o ouro fino, mais precioso mesmo que uma peça de ouro de Ofir.

Adão foi transportado através de sucessivas gerações e viu o incremento do crime, da culpa e degradação, porque o homem render-se-ia às sua fortes inclinações naturais para transgredir a santa lei de Deus. Foi-lhe mostrada a maldição de Deus caindo cada vez mais pesadamente sobre a raça humana, sobre os animais e sobre a Terra, por causa da contínua transgressão do homem. Viu que a iniqüidade e a violência aumentariam constantemente; contudo em meio a toda maré da miséria e infortúnio humanos, existiram sempre uns poucos que preservariam o conhecimento de Deus e permaneceriam imaculados em meio à degeneração moral prevalecente. Adão foi levado a compreender o que o pecado é: transgressão da lei. Foi-lhe mostrado que a degenerescência moral, mental e física seria para a raça o resultado da transgressão, até que o mundo se enchesse com de toda espécie de miséria humana.

Os dias do homem foram encurtados por seu próprio curso de pecados na transgressão da justa lei de Deus. A raça foi afinal tão grandemente rebaixada que pareceu inferior e quase sem valor. Os homens foram em geral incapazes de apreciar o mistério do Calvário, os grandes e elevados fatos da expiação, e o plano da salvação, por causa da condescendência da mente carnal. Contudo, não obstante a debilidade e enfraquecimento do poder mental, moral e físico da raça humana, Cristo, fiel ao propósito pelo qual deixara o Céu, mantém o interesse pelos fracos, desvalidos e degenerados espécimes de humanidade, e convida-os a ocultar nEle suas fraquezas e grandes deficiências. Se vierem a Ele, Ele suprirá todas as suas necessidades.

A Oferta Sacrifical

Quando Adão, de acordo com as especiais determinações de Deus, fez uma oferta pelo pecado, isto foi para ele a mais penosa cerimônia. Sua mão devia levantar-se para tirar a vida, que somente Deus podia dar, e fazer uma oferta pelo pecado. Pela primeira vez teria de testemunhar a morte. Ao olhar para a vítima ensangüentada, contorcendo-se nas agonias da morte, ele devia contemplar pela fé o Filho de Deus, a quem a vítima prefigurava, e que devia morrer em sacrifício pelo homem.

Esta oferta cerimonial, ordenada por Deus, devia ser para Adão uma perpétua recordação de sua culpa, e também um penitente reconhecimento de seu pecado. Esse ato de tirar a vida deu a Adão um profundo e mais perfeito senso de sua transgressão, que nada menos que a morte do amado Filho de Deus podia expiar. Maravilhou-se ante a infinita bondade e incomparável amor que podia dar tal resgate para salvar o culpado. Ao matar Adão a inocente vítima, pareceu-lhe estar derramando o sangue do Filho de Deus por sua própria mão. Sabia que se tivesse permanecido firme em Deus e leal à Sua santa lei não teria existido a morte de animais nem de homens. Todavia, nas ofertas sacrificais, que apontavam para a grande e perfeita oferta do amado Filho de Deus, aparecia a estrela da esperança para iluminar o escuro e terrível futuro e aliviá-los desta completa desesperança e ruína.

No começo, o chefe de cada família era considerado governador e sacerdote de sua própria casa. Depois, ao multiplicar-se a raça sobre a Terra, homens divinamente apontados realizavam esse solene culto de sacrifício pelo povo. O sangue dos animais devia ser associado na mente dos pecadores com o sangue do Filho de Deus. A morte da vítima devia evidenciar a todos que o castigo do pecado era a morte. Pelo ato do sacrifício o pecador reconhecia sua culpa e manifestava sua fé, olhando para o grande e perfeito sacrifício do Filho de Deus, que as ofertas de animais prefiguravam. Sem a expiação do Filho de Deus não poderia haver comunicação de bênçãos ou salvação de Deus ao homem. Deus tinha zelo pela honra de Sua lei. A transgressão desta lei causou uma terrível separação entre Deus e o homem. A Adão em sua inocência fora assegurada comunhão, direta, livre e feliz, com seu Criador. Depois de sua transgressão, Deus Se comunicaria com o homem mediante Cristo e os anjos.


História da Redenção 42 - 51

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