DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE
1. INTRODUÇÃO
A depressão na terceira idade é um tema que
merece atenção e um estudo aprofundado a respeito, pois este é um grupo que
necessita de cuidados e ajuda de terceiros.
O processo de envelhecimento embora difícil
para muitos, é algo que acontece naturalmente, trazendo junto consigo algumas
mudanças.
De acordo com MENDES (2005) et al., a
Organização Mundial de Saúde – OMS define o indivíduo como idoso á partir dos 65 anos nos países desenvolvidos e dos 60 anos
nos países subdesenvolvidos.
Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) realizada em 2003, no Brasil, em 2020, os
idosos chegarão a 25 milhões de pessoas, numa população de 219,1 milhões
representando 11,4% da população.
Segundo STELLA (2003) et al., junto com
o aumento da população idosa, vêm o aumento também de doenças
crônico-degenerativas, dentre elas aquelas que comprometem o funcionamento
do sistema nervoso central, como as
enfermidades neuropsiquiátricas, particularmente a depressão.
2.1 Terceira idade
O
envelhecimento é um processo natural e dá-se por mudanças físicas, psicológicas
e sociais.
É uma fase em que após uma análise,
normalmente o indivíduo idoso conclui que alcançou muitos objetivos, mas
também sofreu muitas perdas, das quais se
destaca a saúde com um dos aspectos mais afetados. (MENDES et al.,
2005)
A teoria do desenvolvimento psicossocial
desenvolvida por Erik Erikson propõe uma concepção de desenvolvimento em oito
estágios psicossociais, perspectivados por sua vez em oito idades que decorrem
desde o nascimento até a morte.
Bebê
Criança
Juvenil
Adolescência
Juventude
Adulto
Meia idade (maduro)
Terceira idade, ou melhor idade (velho)
O que é ser velho?
Há velhos novos e novos velhos
O
último estágio chamado de Integridade X Desesperança, ocorre na
velhice
Se o envelhecimento ocorre com
sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, sem
arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos
haverá integridade e ganhos,
Do contrário, um sentimento de tempo perdido
e a impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança
(RABELLO; PASSOS 2007).
Mudanças
A velhice é o último período da evolução
da vida.
É
natural, indiscutível e inevitável. Implica
um conjunto de mudanças biológicas,
fisiológicas, psicológicas, sociais, econômicas e políticas que compõem o cotidiano das pessoas que vivem nessa fase
em que os idosos avaliam como foi sua vida, bem como suas perdas e ganhos.
(BEZERRA et al, 2010).
Neste momento da vida o indivíduo começa a rever a sua vida, fazendo uma reflexão de tudo
o que fez ou deixou de fazer.
Pensa
nas suas realizações e seus
significados. Cada um vivencia essa fase de forma diferente. Uns podem
entrar em desespero, pois pode surgir um sentimento que o tempo acabou, que
a morte esta se aproximando. Essas pessoas vivem numa tristeza por sua velhice.
Por outro lado, existem pessoas que
encaram isso da maneira positiva, experimentando
a sensação de dever cumprido e gosta de dividir sua experiência e sabedoria
com outras pessoas. (RABELLO; PASSOS 2007).
Em um
processo que se inicia na metade da idade adulta e continua na terceira idade, a aparência física e o funcionamento de todos os
órgãos passam por várias alterações. O
cabelo fica mais fino e muda de cor, a
pele enruga, os ossos se tornam
mais frágeis, os músculos perdem as
forças e as juntas ficam enrijecidas
ou desgastadas, a circulação se
torna mais lenta, a pressão sangüínea
se eleva e, pelo fato de os pulmões terem menos oxigênio, o idoso tem menos
energia. Dificuldade para dormir e
continuar dormindo se tornam mais comuns, e o tempo de reação fica mais lento. Visão, audição e olfato ficam menos apurados.
No início, a maioria das pessoas não percebe
essas mudanças, uma vez que elas ocorrem de maneira gradual, mas chega o
momento em que as alterações provocadas pela degeneração se tornam inegáveis.
O ambiente familiar pode determinar as
características e o comportamento do idoso.
Na
família onde se predomina uma atmosfera saudável e harmoniosa entre as
pessoas, todos possuem funções, papéis, lugares e posições e as diferenças de
cada um são respeitadas e levadas em consideração e isso ajuda para o bem estar
do idoso.
Em famílias onde há desarmonia, o relacionamento é carregado de frustrações, com
indivíduos deprimidos e agressivos. O idoso torna-se isolado socialmente e com
medo de cometer erros e ser punidos. (MENDES et al., 2005).
Segundo Kübler-Ross (2004, apud MORRIS;
MAISTO) ás vezes, os parentes não são capazes de oferecer muito apoio aos
idosos à medida que esses envelhecem, seja por viverem muito distantes, por
serem incapazes de lidar com a dor de ver outra pessoa querida
envelhecer/morrer ou pelo medo que eles próprios têm.
Por isso, é importante a família ter
paciência com os idosos e conhecimento sobre as doenças que atingem a terceira
idade, bem como a depressão.
2.2 Depressão
A depressão tem alto impacto na vida do
paciente e de seus familiares, com significativo comprometimento nos aspectos
sociais, ocupacionais e em outras áreas de funcionamento. (POWELL, et al 2008).
Conforme o Catálogo Internacional de doenças,
10ª edição, CID-10 (OMS, 1999) que apresenta a classificação nosológica de
episódios depressivos em F32, o número e a gravidade dos sintomas permitem
determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave e em
ambos os graus, o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da
energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de
experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de
concentração, associadas em geral à fadiga importante, mesmo após um esforço
mínimo. Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do apetite. Existe
quase sempre uma diminuição da auto-estima e da autoconfiança e frequentemente
ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves. O humor
depressivo varia pouco de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode se
acompanhar de sintomas ditos somáticos, por exemplo, perda de interesse ou
prazer, despertar matinal precoce, várias horas antes da hora habitual de
despertar, agravamento matinal da depressão, lentidão psicomotora importante,
agitação, perda de apetite, perda de peso e perda da libido.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS), publicado em 2009, só no Brasil existem cerca de 13 milhões de
depressivos e que em todo o mundo existem cerca de 340 milhões. Por conta da
doença 850 mil suicídios são cometidos anualmente em todo o mundo. Atualmente,
a depressão é apontada como a quinta maior questão de saúde pública pela OMS,
sendo que até 2020 deverá estar em segundo lugar.
Existem estudos que abordam aspectos
psicológicos, ambientais e bioquímicos que tentam explicar o número
significativo de casos de depressão. Mas ainda não existe um consenso sobre o
que realmente causa a depressão. O depressivo não aceita que o mundo e as
pessoas a sua volta não sejam como ele quer e por não conseguir mudá-los,
adoece. (DEUS, 2011).
Mckenzie (1999) comenta que o meio em que o
indivíduo vive também é um fator importante no risco de se desenvolver uma
depressão.
A depressão é uma doença complexa,
principalmente pela dificuldade do doente em entender e aceitar a enfermidade.
Diante dessa complexidade, a melhor forma de não adoecer é a prevenção. (DEUS,
2011).
2.3 Depressão na Terceira Idade
Todo ser humano em qualquer fase de sua vida
pode experimentar sintomas depressivos. Nos idosos a probabilidade de padecer
desta doença é ainda maior, pois apresentam inúmeras limitações e perdas, tendo
como conseqüências sentimentos de autodepreciação (ZIMERMAN, 2000).
Segundo Oliveira (2006), é importante
destacar a respeito da depressão, que ela tem sido considerada como um dos
transtornos que mais afetam o idoso.
Os fatores etiológicos da depressão no idoso
podem ser divididos em biológicos e psicossociais. O primeiro refere-se a perda
neuronal e diminuição de neurotransmissores; o genético; a doença física e as
medicações. Já os fatores psicossociais caracterizam-se pela diminuição de
renda, as modificações no papel social, o luto/perdas e a doença física
incapacitante e ou/dolorosa.
Frequentemente são atribuídos os
acontecimentos estressantes e negativos, como por exemplo, a morte de uma
pessoa querida ou doenças e efeitos colaterais de medicações, as principais
causas da depressão na velhice. Doenças e efeitos colaterais também podem
causar ou exacerbar a depressão. (HAMILTON, 2002).
Segundo Morris; Maisto (2004), a incidência
de depressão aumenta significativamente após a morte de um cônjuge, tornando
desafio mais difícil que as pessoas enfrentam na terceira idade. Para Mckenzie
(1999), este é um dos dez acontecimentos mais estressantes na vida que podem
levar a depressão.
As particularidades da depressão do idoso são
queixas somáticas como, dores crônicas, distúrbios do sono e apetite. Dentre os
sintomas psicológicos, o mais freqüente é a anedonia, que é a perda da
capacidade de sentir prazer e déficits cognitivos, particularmente de memória.
A depressão em idosos é um importante fator para piora da qualidade de vida
destes indivíduos, especialmente para os que permanecem não diagnosticados e
sem tratamento (MICHELAN, 2011).
Motti, (s/d) comenta que a depressão
desencadeia ou mesmo agrava as doenças preexistentes. Segundo, Stella et al
(2003), em idosos deprimidos o risco de suicídio é duas vezes maior do que os
não deprimidos. Diante de toda essa complexidade.
Embora as limitações causadas pela idade, as
quais podem prejudicar a independência e autonomia do idoso para desenvolver
determinadas atividades, é preciso estimular este idoso a organizar seu tempo
fazendo projetos de vida com criatividade, energia e iniciativa, isto é, dando
significados a vida para que não caia no vazio. (PENNA; SANTO 2006, apud
LIMA 2000).
Segundo Lobo (s/d), nos idosos, a depressão
pode estar associada a algum problema físico, doença ou incapacitação, o que
dificulta o seu diagnóstico menos e faz com que alguns médicos afirmem que a
depressão é menos comum na terceira idade. Por isso é importante que tanto
familiares quanto médicos estejam atentos à depressão nos idosos, que
apresentam entre os principais sintomas a falta de disposição e tristeza, entre
outros sintomas físicos e psicológicos.
2.4 Sintomas da depressão
Alem do humor triste, a depressão apresenta
inúmeros sintomas cognitivos, comportamentais, físicos e emocionais.
(GREENBERGER; PADESKY, 1999).
Mckenzie (1999), descreve alguns sintomas
psicológicos e físicos mais freqüentes em pessoas depressivas, descrevendo os
psicológicos em: Baixo-astral,
definido como um sentimento persistente
de tristeza, vazio, perda e apreensão, acompanhado de uma tendência a
chorar mais freqüentemente por qualquer aborrecimento ou até mesmo sem se ter
um motivo. Na depressão grave ou moderada, muitas vezes é mais acentuado pela
manhã, melhorando um pouco ao longo do dia, embora ainda esteja presente, o que
é chamado de variação diurna. Nos casos menos graves pode ser pior a noite do
que pela manhã, podendo o depressivo passar bem o dia.
Ansiedade, pode tornar-se o maior sintoma da depressão. Nas
pessoas deprimidas, essa sensação pode durar meses. Algumas pessoas acordam de
manhã num estado de grande ansiedade, porque temem o decorrer do dia.
Embotamento
Emocional, este é um dos mais
cruciais sintomas da depressão. As pessoas gravemente deprimidas,
freqüentemente sentem-se como se tivessem perdido seus sentimentos, não
conseguindo nem chorar. Sentem-se às vezes distante e indiferente em relação às
pessoas mais próximas.
Pensamento depressivo, a pessoa depressiva enxerga o mundo sempre por um lado negativo.
Sente muita culpa por tudo, esquece-se das coisas boas que já fizeram,
relembrando e intensificando as coisas más. Estes tipos de pensamentos
negativos destroem a pessoa aos poucos, deixando-a mais deprimida ou ansiosa,
formando-se um círculo vicioso.
Concentração
e problemas de memória, a pessoa
sente dificuldade em se concentrar, se consome por preocupações e pensamentos
depressivos tornando-se difícil pensar em qualquer outra coisa. Os problemas
com a concentração podem levar á indecisão e falta de atenção, deixando a
pessoa confusa e desorganizada.
Delírios
e alucinações, a pessoa deprimida tem
um pensamento distorcido que se perde da realidade. Os delírios ou convicção
falsa, considerada inabalável pela pessoa que o tem, podem ocorrer na depressão
grave, refletindo e reforçando o humor depressivo.
Muitas pessoas deprimidas pensam no suicídio, mesmo que seja um
pensamento passageiro. Quando a pessoa se encontra num estágio profundo de
depressão, o passado lhe parece horrível e cheios de erros, o presente terrível
e temem o futuro chega á conclusão de que não vela a pena continuar vivendo, que
todos ficariam melhores sem ela, e sendo assim, devem tirar suas próprias
vidas.
A pessoa deprimida pode apresentar também
alguns sintomas físicos como
problemas de sono, lentidão mental e física, perda de apetite. Algumas pessoas
no lugar dos sintomas comuns a depressão desenvolvem sintomas físicos reversos
como dormirem demais, ter um apetite maior e ganhar peso.
Uma pessoa deprimida tem alterações em cinco
aspectos de sua vida, que devem ser avaliados antes de um diagnóstico, são os
pensamentos, estados de humor, comportamentos, reações físicas e ambiente.
Estas cinco áreas estão interligadas e cada aspecto diferente da vida de uma
pessoa influencia todos os outros. (GEENNBERGER; PADESKY, 1999).
Segundo Beck et al (1997) os pacientes
depressivos apresentam sintomas afetivos, como tristeza, e alguns experimentam
períodos oscilantes de melancolia, enquanto outros são incapacitados pela
severidade do afeto, além de raiva, distração, humor deprimido, disforia,
crises de choro, sentimentos de culpa, vergonha, ansiedade. Sintomas
motivacionais como perda de motivação positiva e aumento de desejos de
evitação, aumento de dependência. Sintomas cognitivos como a indecisão, visão
dos problemas como avassaladores, autocrítica, pensamento absolutista
(tudo-ou-nada), dificuldades de concentração e memória. Sintomas
comportamentais como passividade, evitação e inércia, déficits em
habilidades sociais e sintomas fisiológicos como distúrbio do sono e distúrbios
do apetite e sexuais.
2.5 O luto e a depressão
Carreteiro (2003) afirma que não existe luto
sem depressão, porém, esse estado de depressão pode agravar-se em certas
pessoas. Um sinal deste agravamento pode ser quando a comida e a bebida são
recusadas, assim como quando pensamentos de suicídio aparecem. Noites insones
podem continuar por muito tempo e tornar-se um problema sério. Se a depressão
continua por muito tempo, fugindo à norma da fisiologia do luto normal, pode
haver necessidade de tratamento médico à base de antidepressivos e psicoterapia
por algum tempo. (BALLONE, 2010).
Segundo Bowlby (2004), existem quatro fases do luto, que são a fase de entorpecimento, que geralmente
dura de algumas horas a uma semana e pode ser interrompida por explosões de
aflição e/ou raiva extremamente intensas. A reação imediata a notícia da morte
de um cônjuge, pode variar muito. Mas, no geral, todos sentem-se chocados e não
querem aceitar a notícia.
A fase
de anseio e busca da figura perdida,
que dura meses e por vezes anos. Alguns dias após a perda a viúva (o), começa a
compreender a realidade e isso leva a crises de desanimo intenso com grande
inquietação, insônia entre outros sintomas.
A fase
de desorganização e desespero, para
que o luto tenha um resultado favorável, é necessário que a pessoa enlutada
suporte essas oscilações de emoção. Sendo necessário superar velhos padrões de
pensamento, sentimento e ação para poder modelar outros novos.
E por
último a fase de reorganização, onde
a viúva (o) reorganiza sua vida de acordo com sua nova realidade. Pode ser que
tenha que fazer coisas que antes não fazia, como, cozinhar, limpar casa,
pode-se avaliar a hipótese de um novo casamento, embora a maioria rejeite essa
idéia.
O luto é uma coisa natural, mas que varia de
pessoa para pessoa, e se não for trabalhado, pode converter-se em depressão.
Capitão; Santos (2009) afirmam que quando o
processo de luto se complica, temos um sofrer depressivo, que necessita de
cuidados médicos, psicológicos e apoio social.
Sugestões para uma vida saudável na terceira
idade
1. Seja criança de novo.
Apostila pag. 6
2. Aprenda culinária
- pratos diferentes e difíceis. Pag 8
3. Aprender – bíblia, curso, volta a escola, Pag. 12
4. Esperança – Pag 14
5. Evangelismo Pag. 16
6. Cuidado com o extremismo - 20
7. Louvor Pag. 26
8. Frutos do Espírito Pag. 36
9. Poder da oração Pag. 38 e 44
10.
Perdão 48
Desconheço autor. Mas tratar de um tema muito relevante, tomei a liberdade de publicá-lo em meu blog. Parabenizo quem o escreveu