A Origem do Mal
A Origem do Mal é um Mistério
Os anjos haviam sido criados cheios de bondade e amor.
Amavam uns aos outros sem parcialidade e supremamente a Deus. Movidos por este
amor, deleitavam-se em realizar a Sua vontade. A lei de Deus não lhes era um
pesado jugo, antes compraziam-se em obedecer a Seus mandamentos e em ouvir a
voz de Sua Palavra. Porém, nesse estado de paz e pureza, o mal originou-se com
aquele que havia sido perfeito em todos os seus caminhos. O profeta disse a seu
respeito: "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste
a tua sabedoria por causa do teu resplendor." Ezeq. 28:17. O pecado é algo
misterioso e inexplicável. Não havia razão para a sua existência; tentar
explicá-lo é procurar uma razão para ele, e isto seria justificá-lo. O pecado
apareceu num Universo perfeito, algo que se revelou inescusável. Signs of the
Times, 28 de abril de 1890.
Deus possuía conhecimento dos eventos futuros, antes mesmo
da criação do mundo. Ele não adaptou Seus propósitos para que estes se
amoldassem às circunstâncias, mas permitiu que as coisas se desenvolvessem. Não
agiu para que certas condições surgissem, mas sabia que elas ocorreriam.
O plano que se colocaria em ação no caso de se rebelar alguma das elevadas inteligências celestiais - este era o segredo, o mistério oculto desde as eras passadas. Um oferecimento foi preparado pelos eternos propósitos, para realizar o próprio trabalho que Deus empreendeu em favor da humanidade caída. Signs of the Times, 25 de março de 1897.
A entrada do pecado no Céu não pode ser explicada. Fosse
isto possível, arranjar-se-ia alguma razão para o pecado. Mas não houve a menor
escusa para ele, e sua origem permanecerá cercada de mistério. Review and
Herald, 9 de março de 1886.
Deus não criou o mal. Ele fez apenas o bem, à Sua própria
semelhança. ... O mal, o pecado e a morte... são o resultado da desobediência,
originada em Satanás. Review and Herald, 4 de agosto de 1910.
Os Primeiros Sinais do Mal
Houve um tempo em que Satanás se encontrava em harmonia com
Deus, quando era sua alegria executar os divinos mandamentos. Seu coração
encontrava-se cheio de amor e regozijo em servir ao Criador, até que começou a
imaginar que sua sabedoria não derivava de Deus, sendo antes inerente a ele
próprio, e que ele era tão digno quanto Deus de receber honra e poder. Signs of
the Times, 18 de setembro de 1893.
Embora Deus houvesse criado Lúcifer nobre e belo, e lhe houvesse atribuído grande honra entre os anjos, não o colocara, todavia, fora da possibilidade de fazer o mal. Se Satanás decidisse pelo caminho errado, poderia escolhê-lo e assim perverter seus dons. Poderia haver permanecido no favor de Deus, amado e honrado por toda a multidão angélica, presidindo em sua exaltada posição com generoso e abnegado cuidado, exercendo seus nobres poderes para abençoar outros e glorificar seu Autor. Contudo, pouco a pouco, começou ele a procurar sua própria honra, e a empregar suas faculdades para atrair atenção e obter louvor para si mesmo. Gradualmente também conduziu os anjos, sobre os quais presidia, a lhe prestarem serviço, em vez de devotarem todas as suas energias ao serviço do Criador. The Spirit of Prophecy, vol. 4, pág. 317.
Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de
exaltação própria. ... Se bem que toda a sua glória proviesse de Deus, este
poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si próprio. Patriarcas e
Profetas, pág. 35.
Deus Apresenta a Verdadeira Posição de Cristo
Antes que se iniciasse a grande luta, todos deveriam ter uma
apresentação clara a respeito da vontade dAquele [Deus] cuja sabedoria e
bondade eram a fonte de toda a sua alegria.
O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante
Ele, para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e
mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. ...
Perante os habitantes do Céu, reunidos, o Rei declarou que ninguém, a não ser
Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar inteiramente em Seus propósitos,
e a Ele foi confiado executar os poderosos conselhos de Sua vontade. Patriarcas
e Profetas, pág. 36.
O grande Criador reuniu os seres celestiais para poder, na presença de todos os anjos, conferir honra especial a Seu Filho. Este estava sentado no trono com o Pai, com a multidão celestial de santos anjos reunida à volta. Então o Pai fez saber que Ele próprio ordenara que Cristo, Seu Filho, fosse igual a Ele, de modo que, onde o Filho estivesse, estaria a Sua própria presença. A palavra do Filho deveria ser obedecida tão prontamente quanto a do Pai. O Filho fora investido de autoridade para comandar o exército celestial. Deveria Ele agir especialmente em união com o Pai no projeto de criação da Terra. ...
Satanás estava com inveja e ciúmes de Jesus Cristo. Não
obstante, quando todos os anjos se inclinaram diante dEle para reconhecer Sua
supremacia, elevada autoridade e direito de governar, Satanás também se
prostrou, ainda que seu coração estivesse cheio de inveja e ódio. Cristo
formava parte do conselho especial de Deus para a consideração de Seus planos,
ao passo que Satanás os desconhecia. Não conhecia, nem lhe era permitido
conhecer os propósitos de Deus. Por outro lado, Cristo era reconhecido como Soberano
do Céu com poder e autoridade iguais aos do próprio Deus.
Satanás acreditou que ele próprio era o favorito no Céu, entre os anjos. Havia sido grandemente exaltado, mas... aspirava alcançar a altura do próprio Deus. Glorificava-se em sua própria altivez. Sabia que os anjos o honravam. Tinha uma missão especial a cumprir. Estivera próximo ao grande Criador, e os incessantes raios de luz gloriosa que rodeavam o Deus eterno haviam resplandecido especialmente sobre ele. Pensou em como os anjos haviam obedecido a seu comando com prazenteira espontaneidade. Não eram as suas vestiduras brilhantes e formosas? Por que, então, deveria Cristo ser honrado acima dele? The Spirit of Prophecy, vol. 1, págs. 17 e 18.
Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e,
prostrando-se diante dEle, extravasaram seu amor e adoração. Lúcifer curvou-se
com eles; mas em seu coração havia um conflito estranho, violento. A verdade, a
justiça e a lealdade estavam a lutar contra a inveja e o ciúme. A influência
dos santos anjos pareceu por algum tempo levá-lo com eles. ... De novo, porém,
achou-se repleto de orgulho por sua própria glória. Voltou-lhe o desejo de
supremacia, e uma vez mais condescendeu com a inveja de Cristo. Patriarcas e
Profetas, págs. 36 e 37.
Lúcifer Inicia a Campanha Contra Cristo
Satanás... iniciou a obra de rebelião entre os anjos que
estavam sob seu comando, procurando difundir entre eles o espírito de
descontentamento. Agiu de modo tão ardiloso que muitos dos anjos se
comprometeram com ele antes que seus propósitos fossem plenamente conhecidos.
Review and Herald, 28 de janeiro de 1909.
Satanás... ambicionava as mais elevadas honras que Deus
concedera a Seu Filho. Tornou-se invejoso de Cristo e começou a semear entre os
anjos que o honravam como querubim cobridor, o sentimento de que não recebera a
honra que sua posição demandava. Review and Herald, 24 de fevereiro de 1874.
Mediante sutis insinuações de que Cristo usurpara o lugar que pertencia a ele, Lúcifer lançou as sementes da dúvida na mente de muitos dos anjos. Educational Messenger, 11 de setembro de 1908.
Sua [de Lúcifer] obra de engano foi efetuada com tão grande
sigilo que os anjos em posições menos elevadas supuseram que ele era o
governante do Céu. Este Dia com Deus, pág. 254.
Os anjos leais e sinceros procuraram reconciliar este anjo
poderoso e rebelde com a vontade do Criador. Justificaram o ato de Deus de
conferir honra a Jesus Cristo, e com poderosos argumentos tentaram convencer
Satanás de que ele próprio não possuía agora menor honra do que antes de o Pai
proclamar a honra especial conferida ao Filho. Mostraram-lhe claramente que
Jesus era o Filho de Deus, existindo com Ele antes que os anjos houvessem sido
criados, e que sempre estivera à destra de Deus, sem que Sua terna e amorável
autoridade jamais tivesse sido questionada; tampouco dera Ele qualquer ordem
que os seres celestiais não houvessem cumprido alegremente. Argumentaram que o
fato de haver Cristo recebido honras especiais por parte do Pai, na presença
dos anjos, não diminuía a honra que ele [Satanás] recebera até então. The
Spirit of Prophecy, vol. 1, pág. 19.
[Lúcifer] obteve a simpatia de alguns de seus companheiros ao sugerir pensamentos de crítica no tocante ao governo de Deus. A semente daninha foi espalhada de modo sedutor; e depois que ela brotou e desenvolveu raízes na mente de muitos, recolheu ele as idéias por ele mesmo implantadas na mente de outros, e as apresentou diante das mais elevadas ordens de anjos como sendo os pensamentos de outras mentes contra o governo de Deus. SDA Bible Commentary, vol. 4, pág. 1.143.
Lúcifer havia a princípio dirigido suas tentações de tal
maneira que ele próprio não pareceu achar-se comprometido. Os anjos que ele não
pôde trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferença aos
interesses dos seres celestiais. Da mesma obra que ele próprio estava a fazer,
acusou os anjos fiéis. Consistia sua astúcia em perturbar com argumentos sutis,
referentes aos propósitos de Deus. Tudo que era simples ele envolvia em
mistério, e por meio de artificiosa perversão lançava a dúvida sobre as mais
claras declarações de Jeová. E sua elevada posição, tão intimamente ligada com
o governo divino, dava maior força a suas representações. Patriarcas e
Profetas, pág. 41.
O primeiro esforço de Satanás para destruir a lei de Deus -
esforço este feito entre os santos habitantes do Céu - pareceu por algum tempo
ser coroado de êxito. Grande número de anjos foram seduzidos. Patriarcas e
Profetas, pág. 331.
O governo de Deus incluía não apenas os habitantes do Céu,
como ainda todos os mundos criados. Satanás pensou que, se fosse capaz de
arrastar consigo à rebelião as inteligências celestiais, também dominaria os
outros mundos. Review and Herald, 9 de março de 1886.
Aqui, por certo tempo, Satanás esteve em vantagem; exultou a este respeito, em sua arrogante superioridade, sobre os anjos do Céu e até mesmo sobre Deus. ... Ele [Lúcifer] se disfarçara num manto de falsidade, e durante algum tempo foi impossível remover a máscara, para que a deformidade abominável de seu caráter pudesse ser percebida. Foi necessário esperar que ele próprio revelasse suas obras cruéis, astutas e más. The Spirit of Prophecy, vol. 4, pág. 319.
Concede-se Tempo a Lúcifer Para Executar Seus Planos
Deus, em Sua sabedoria, não expulsou Satanás imediatamente
do Céu. Tal ato não haveria modificado seus planos, antes o teria fortalecido
na rebelião, pois haver-lhe-ia acrescentado simpatia, como alguém com quem se
lidara injustamente; e um maior número de anjos teria sido arrastado em
rebelião junto com ele. Deveria ele receber mais tempo para o pleno
desenvolvimento de seus princípios. Review and Herald, 9 de março de 1886.
Satanás queixou-se dos supostos defeitos na administração
das coisas celestiais, havendo procurado encher a mente dos anjos com sua
insatisfação. Visto não ser ele supremo, lançou sementes de dúvida e descrença.
Em virtude de não ser como Deus, esforçou-se para instilar na mente dos anjos
sua própria inveja e descontentamento. Assim as sementes da alienação foram
plantadas, para depois serem apresentadas diante das cortes celestiais como
sendo originárias, não da mente de Satanás, e sim da dos anjos. Desta maneira o
enganador poderia mostrar que os anjos pensavam como ele. ...
Aquilo que Satanás havia inculcado na mente dos anjos - uma palavra aqui, outra ali - abriu o caminho para uma longa lista de suposições. Em sua forma astuta, extraiu ele expressões de dúvida da parte deles. Assim, quando foi questionado, acusou os que ele próprio havia doutrinado.
Colocou toda a desafeição nos lábios daqueles que havia dirigido. Review and Herald, 7 de setembro de 1897.
[Lúcifer] começou a insinuar dúvidas com respeito às leis
que governavam os seres celestiais, dando a entender que, conquanto pudessem as
leis ser necessárias para os habitantes dos mundos, não necessitavam de tais
restrições os anjos, mais elevados por natureza, pois que sua sabedoria era um
guia suficiente. Patriarcas e Profetas, pág. 37.
Lúcifer... tentou abolir a lei de Deus. Pretendeu que as
inteligências não caídas do santo Céu não necessitavam de lei, sendo antes
capazes de governarem a si mesmas e de preservarem imaculada integridade. Signs
of the Times, 28 de abril de 1890.
Nem mesmo os anjos fiéis reconheceram plenamente seu [de
Lúcifer] caráter. Esta é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. Se
o tivesse feito, os santos anjos não teriam percebido o amor e a justiça de
Deus. Uma só dúvida quanto à bondade de Deus teria sido como má semente, que
produziria o amargo fruto do pecado e da desgraça. Por isto foi poupado o autor
do mal, para desenvolver plenamente seu caráter. Parábolas de Jesus, pág. 72.
Os Anjos Debatem as Questões
Enquanto alguns dos anjos se uniam a Satanás em rebelião, outros procuravam dissuadi-lo de seus propósitos e defendiam a honra e sabedoria de Deus em conceder autoridade a Seu Filho. Contudo Satanás se perguntava, por que razão teria Cristo recebido poder ilimitado e posto de comando mais elevado que o dele! Spiritual Gifts, vol. 3, pág. 37.
Satanás recusou-se a ouvir. Apartou-se então dos anjos leais e sinceros, acusando-os de servilismo. Esses anjos, fiéis a Deus, assombraram-se ao ver o êxito de Satanás em promover a rebelião. Ele prometeu-lhes um novo governo, melhor do que aquele que até então haviam conhecido, no qual tudo seria liberdade. Um grande número dos anjos revelou sua disposição em aceitar Satanás como líder e comandante-chefe. Ao perceber ele que suas propostas alcançavam sucesso, gabou-se de que chegaria a ter a seu lado todos os anjos, tornando-se igual ao próprio Deus, e que sua voz de autoridade seria ouvida em comando a todo o exército do Céu.
Uma vez mais os anjos leais admoestaram Satanás,
assegurando-lhe de quais seriam as conseqüências se persistisse em rebelião;
que Aquele que criara os anjos poderia, mediante Seu poder, subverter toda a
autoridade deles e a terrível rebelião. E imaginar que um anjo pudesse resistir
à lei de Deus, tão sagrada quanto Ele mesmo! Exortaram os rebeldes a fecharem
os ouvidos aos enganadores raciocínios de Satanás e aconselharam Satanás e
todos os que por ele haviam sido afetados, a ir a Deus confessando seu erro em
haverem permitido até mesmo o pensamento de questionar a Sua autoridade. The
Spirit of Prophecy, vol. 1, pág. 20.
Satanás foi astuto em apresentar o seu ponto de vista da
questão. Tão logo percebia que determinada posição era vista em seu verdadeiro
caráter, trocava-a por outra. Tal não ocorreu com Deus. Ele podia operar com
apenas uma classe de armas - a verdade e a justiça. Satanás podia usar o que
Deus não usaria: o engano e a fraude. Review and Herald, 9 de março de 1886.
A ação subversiva [de Satanás] foi tão sutil que não apareceu diante dos seres celestiais do modo como em realidade era. ... Tal estado de coisas persistiu por longo tempo antes de Satanás ser desmascarado. SDA Bible Commentary, vol. 4, pág. 1.143.
Deus, em Sua grande misericórdia, suportou longamente a
Satanás. Este não foi imediatamente degradado de sua posição elevada, quando a
princípio condescendeu com o espírito de descontentamento, nem mesmo quando
começou a apresentar suas falsas pretensões diante dos anjos fiéis. Muito tempo
foi ele conservado no Céu. Reiteradas vezes lhe foi oferecido o perdão, sob a
condição de que se arrependesse e submetesse. O Grande Conflito, págs. 495 e
496.
O espírito de descontentamento e desafeição nunca antes
havia sido conhecido no Céu. Era um elemento novo, estranho, misterioso,
inexplicável. O próprio Lúcifer não estivera a princípio ciente da natureza
verdadeira de seus sentimentos; durante algum tempo receou exprimir a ação e
imaginações de sua mente; todavia não as repeliu. Não via para onde se deixava
levar. Entretanto, esforços que somente o amor e a sabedoria infinitos poderiam
imaginar, foram feitos para convencê-lo de seu erro. Provou-se que sua desafeição
era sem causa, e fez-se-lhe ver qual seria o resultado de persistir em revolta.
Lúcifer estava convencido de que não tinha razão. Viu... que os estatutos
divinos são justos, e que, como tais, ele os deveria reconhecer perante todo o
Céu.
Houvesse ele feito isto, e poderia ter salvo a si mesmo e a muitos anjos. Ele não tinha naquele tempo repelido totalmente sua lealdade a Deus. Embora tivesse deixado sua posição como querubim cobridor, se contudo estivesse ele disposto a voltar para Deus, reconhecendo a sabedoria do Criador, e satisfeito por preencher o lugar a ele designado no grande plano de Deus, teria sido reintegrado em suas funções. Chegado era o tempo para um decisão final; deveria render-se completamente à soberania divina, ou colocar-se em franca rebelião. Quase chegou à decisão de voltar; mas o orgulho o impediu disto. Patriarcas e Profetas, pág. 39.
Deus Enfrenta o Desafio de Satanás
Nos concílios celestiais decidiu-se que, com base nos
princípios pelos quais se atuaria, o poder de Satanás não fosse imediatamente
destruído. O propósito de Deus era colocar todas as coisas sobre uma base de
eterna segurança. Dever-se-ia conceder tempo para que Satanás desenvolvesse os
princípios que constituiriam o fundamento de seu governo. O universo celestial
deveria contemplar o resultado dos postulados que Satanás declarara serem
superiores aos princípios de Deus. O sistema de Deus deveria ser contrastado
com o sistema satânico. Os princípios corruptores do governo de Satanás
deveriam ser revelados. Dever-se-ia demonstrar que os princípios de justiça
expressos na lei de Deus são imutáveis, perfeitos e eternos. Review and Herald,
7 de setembro de 1897.
Os anjos leais apressaram-se em ir até o Filho de Deus e em informá-Lo do que estava ocorrendo entre os anjos. Encontraram o Pai em consulta com Seu amado Filho, determinando os meios pelos quais, em benefício dos anjos fiéis, a autoridade assumida por Satanás seria anulada para sempre. O grande Deus poderia haver expulsado imediatamente do Céu a este arquienganador; tal não era, porém, o Seu propósito. Daria ao rebelde uma chance justa de medir forças com Seu próprio Filho e os anjos leais. Nessa batalha cada anjo escolheria por si mesmo de que lado ficar, e manifestaria sua posição diante de todos os demais. The Spirit of Prophecy, vol. 1, pág. 21.
Lúcifer Torna-se Satanás
Satanás... determinou-se a se tornar um centro de
influência. Uma vez que não podia ser a mais alta autoridade no Céu,
tornar-se-ia a mais elevada autoridade em rebelião contra o governo do Céu.
Seria cabeça, exerceria controle e não seria controlado. Review and Herald, 16
de abril de 1901.
Muitos dos simpatizantes de Satanás ficaram inclinados a
atender ao conselho dos anjos leais, para se arrependerem de sua insatisfação e
readquirirem a confiança do Pai e de Seu Filho amado. O grande revoltoso
declarou então que estava familiarizado com a lei de Deus, e se ele se
submetesse em obediência servil, sua honra lhe seria tirada. Não mais receberia
o encargo de sua exaltada missão. Disse-lhes que tanto ele quanto os outros
haviam ido longe demais para agora voltar, e que ele suportaria as conseqüências;
que jamais se curvaria diante do Filho de Deus em adoração servil; que Deus não
perdoaria, e que agora teriam de assegurar a liberdade deles e obter pela força
a posição e autoridade que não se lhes havia sido concedida voluntariamente.
The Spirit of Prophecy, vol. 1, págs. 20 e 21.
Tanto quanto dizia respeito ao próprio Satanás, era verdade que ele havia ido agora demasiado longe para que pudesse voltar. Mas não era assim com os que tinham sido iludidos pelos seus enganos. Para estes, os conselhos e rogos dos anjos fiéis abriram uma porta de esperança; e, se houvessem eles atendido a advertência, poderiam ter sido arrancados da cilada de Satanás. Mas ao orgulho, ao amor para com seu chefe, e ao desejo de uma liberdade sem restrições permitiu-se terem o domínio, e as instâncias do amor e misericórdia divinos foram finalmente rejeitadas. Patriarcas e Profetas, pág. 41.
Os Anjos Comparecem Diante do Pai
Toda a multidão angélica foi convocada a comparecer diante
do Pai, para que cada caso fosse decidido. Satanás manifestou ousadamente sua
insatisfação porque a Cristo fora dada preferência em relação a ele próprio.
Ergueu-se orgulhosamente e sustentou que deveria ser igual a Deus, sendo
convidado a participar com o Pai em Seus propósitos. Deus informou a Satanás
que somente ao Filho revelaria Seus propósitos secretos, e que requeria de toda
a família celestial, inclusive de Satanás, a mais implícita e inquestionável
obediência; e que ele se demonstrara indigno de ocupar um lugar no Céu. Então
Satanás apontou exultantemente a seus simpatizantes, que compreendiam quase
metade dos anjos, e exclamou: "Esses estão comigo! Tu os expulsarás
também, deixando um grande vazio no Céu?" Declarou então que se achava
pronto a resistir à autoridade de Cristo, e a defender seu lugar no Céu pelo
poder, força contra força. The Spirit Prophecy, vol. 1, pág. 22.
Até ao final da controvérsia no Céu, o grande usurpador continuou a justificar-se. Quando foi anunciado que, juntamente com todos os que com ele simpatizavam, deveria ser expulso das habitações de bem-aventurança, o líder rebelde confessou então ousadamente seu desdém pela lei do Criador. Reiterou sua pretensão de que os anjos não necessitam ser dirigidos, mas que deveriam ser deixados a seguir sua própria vontade, que sempre os conduziria corretamente. Denunciou os estatutos divinos como restrição à sua liberdade, declarando ser de seu intento conseguir a abolição da lei; que, livres desta restrição, os seres do Céu poderiam entrar em condições de existência mais elevada, mais gloriosa.
Concordemente, Satanás e seu exército lançaram a culpa de
sua rebelião inteiramente sobre Cristo, declarando que se eles não houvessem
sido acusados, não se teriam rebelado. O Grande Conflito, págs. 499 e 500.
O conhecimento possuído por Satanás e os que com ele caíram, quanto ao caráter de Deus, de Sua bondade, misericórdia, sabedoria e excelente glória, tornou imperdoável a culpa dos rebeldes. Review and Herald, 24 de fevereiro de 1874.
Ellen White
Do Livro A Verdade Sobre Os Anjos Pag. 30 - 54
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